01 DE JUNHO DE 2020
CRISE POLÍTICA
Celso de Mello vê Brasil como Alemanha na época de Hitler
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Melo, comparou o Brasil à Alemanha de Hitler e, em mensagem a ministros da Corte, alertou que a "intervenção militar, como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia", nada mais é "senão a instauração, no Brasil, de uma desprezível e abjeta ditadura militar!!!!".
"Guardadas as devidas proporções, o ?ovo da serpente?, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933) parece estar prestes a eclodir no Brasil", escreveu Celso de Mello. "É preciso resistir à destruição da ordem democrática, para evitar o que ocorreu na República de Weimar quando Hitler, após eleito pelo voto popular e posteriormente nomeado pelo presidente Paul von Hindenburg como chanceler da Alemanha, não hesitou em romper e em nulificar a progressista, democrática e inovadora Constituição de Weimar, impondo ao país um sistema totalitário de Poder", acrescentou.
Depois, ele ressaltou que a nota era de cunho "exclusivamente pessoal" e não dizia respeito a posição institucional do STF. Celso de Mello é o relator do inquérito que investiga as acusações, levantadas pelo ex-ministro Sergio Moro, de que Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal. O ministro se aposenta em novembro deste ano, quando completa 75 anos.
Mais tarde, após confrontos em São Paulo e no Rio de Janeiro e a nota de Celso de Mello, o ministro do STF Gilmar Mendes pediu "ponderação e cuidado".
- O ambiente está tão conturbado, tão tenso, que muitos estão tomando a desinformação como conselheira. Temos que esclarecer tudo que tudo que se está fazendo se faz nos marcos do devido processo legal, para dizer com muita tranquilidade que estamos no Estado de Direito, no qual não há soberanos - disse Gilmar Mendes em entrevista à GloboNews.
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