sábado, 24 de junho de 2017

BNDES desiste de projetos na Venezuela

Rafael Andrade/Folhapress
BNDES desiste de projetos na Venezuela
BNDES desiste de projetos na Venezuela
O BNDES desistiu de financiar a construção de linhas de metrô em Caracas e Los Teques, na Venezuela, e não está aprovando nenhum novo financiamento para o país governado por Nicolas Maduro.

A Venezuela ainda não deixou de pagar as parcelas dos seus financiamentos com o Brasil, mas renegociou sua dívida com a China, seu maior credor, e vai pagar apenas os juros em 2017 e 2018, deixando o principal da dívida para ser quitado no futuro.

Nos governos Lula e Dilma, foram aprovados vários projetos na Venezuela, o que elevou a exposição do Brasil ao país. A Venezuela é o segundo destino dos financiamentos do BNDES para obras no exterior, atrás de Angola.

Desde 2002, o BNDES emprestou US$ 3,2 bilhões para a Venezuela, o equivalente a 22% do total. Para Angola, o valor chegou a quase US$ 4 bilhões, 27% do total.
O BNDES deixou de liberar novos créditos para a Venezuela no início de 2016. Em março, negou pedido da GE para financiar a exportação de geradores elétricos que seriam usados num projeto da Queiroz Galvão para a PDVSA.

A decisão de deixar as obras dos metrôs foi comunicada pelo banco aos demais membros do Cofig, comitê interministerial que aprova os empréstimos, em novembro. O financiamento para as duas obras chega a US$ 1,5 bilhão.
Desde o início da Operação Lava Jato, o BNDES interrompeu repasses e cancelou novos pedidos de financiamento de obras para as empresas sob investigação, o que só vem sendo retomado aos poucos.


De 25 operações contratadas no fim do ano passado, o banco previa retomar 17 e cancelar 8, conforme a ata do Cofig de 29 de setembro. Das 22 operações em análise, apenas duas seriam mantidas e 20 canceladas. 

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