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terça-feira, 5 de maio de 2009
05 de maio de 2009
N° 15960 - LIBERATO VIEIRA DA CUNHA
As páginas de um livro
Somos um país de 95 milhões de leitores – e dois terços deles vêm da escola. A revelação é de uma reportagem de Carlos André Moreira e Paulo Germano, publicada há poucos dias em Zero Hora. Baseado na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, o texto ensina que, por melhor que seja a escola, uma criança só continuará a ler por encantamento – e não por obrigação – se encontrar apoio no ambiente familiar.
Comigo aconteceu o contrário: o lar veio antes da escola. Cresci numa casa em que o livro era artigo de primeira necessidade. Por toda parte havia volumes abertos, enormes prateleiras em que se perfilavam lombadas de todos os calibres e – numa época em que a televisão era uma remota novidade americana – meus pais reuniam amigos à noite para ouvir música e comentar o que estavam lendo.
Muito antes de eu aprender a combinar uma letra com outra, ganhava livros de presente e primeiro ouvia minha mãe contar suas histórias e após tentava reinventá-las decifrando aqueles caracteres misteriosos. Só depois disso a escola foi o caminho natural.
Em outras palavras, não foram os professores que despertaram meu amor pelos livros. Eu já o levava de casa. Creio que foi esse o maior presente que me deram. Em aniversários, Páscoa, Natal, ninguém precisava me perguntar o que eu gostaria de receber. Meus irmãos e eu dizíamos que simplesmente livros.
É uma excelente notícia a de que hoje são as escolas que despertam o apreço pela leitura. Mas essa notícia será melhor ainda quando o apego começar em cada lar. Pois essa é uma missão indelegável dos pais.
Já contei aqui que estive na inauguração da primeira Feira do Livro de Porto Alegre, no distante ano da graça de 1955. Eu era um guri de 10 anos e percorri aquelas tímidas barracas com um olhar de deslumbramento.
Meu pai foi o orador da solenidade, no lado de cá da Praça da Alfândega, e creio que o discurso que fez, dizendo que não há democracia sem cultura, foi o melhor de sua vida.
Eram palavras que eu recordava a cada vez que ele chegava em casa e me estendia a mais bela das dádivas: a das páginas de um livro.
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