sábado, 20 de abril de 2019


20 DE ABRIL DE 2019
EM FAMÍLIA

VOCÊ É VOCÊ, SEU AMIGO É SEU AMIGO


Pais e mães, em algum momento, serão confrontados com argumentos do tipo "Ah, mas na casa do Fulano pode!". Ao reivindicar suas vontades, crianças e adolescentes costumam apelar para os exemplos que os rodeiam, vigentes nas famílias dos colegas e amigos: horário para dormir ou para sair da festa, tempo para jogar videogame, permissão para comer doces ou tomar refrigerante. Para a psicóloga e psicoterapeuta Gisleine Verlang Lourenço, professora da Universidade La Salle, é fundamental que existam regras em cada núcleo familiar para que os filhos se sintam seguros. As normas quanto ao comportamento doméstico, social e escolar devem ser claras: o que pode e o que não pode?

- As regras não podem variar de acordo com o humor dos pais. É importante dizer que as regras são para proteger, para amparar, e não por raiva ou como castigo. Regra é uma riqueza afetiva da infância e da adolescência com amor, é um cuidado - afirma Gisleine.

Existem famílias que enfrentam grande dificuldade para impor limites, mas não se pode abrir mão deles. O limite, frisa Gisleine, ensina a diferença entre fantasia e realidade, ajudando na construção do "si mesmo" e na diferenciação entre o "si mesmo" e o outro.

- "Você é você, seu amigo é seu amigo. Isso é o melhor para você." Aí entram as crenças e os valores. A criança a quem tudo é negado vai ser tão infeliz quanto aquela a quem tudo é permitido. Os excessos não vão dar uma direção. A criança precisa de norte e precisa aprender a fazer escolhas. Não temos tudo o que queremos nunca. Não se pode fazer tudo na vida - continua a psicoterapeuta.

Durante a infância, a criança aprende muito por meio das brincadeiras. Erguer um simples castelo de areia na beira da praia pode se mostrar uma bela lição sobre como encarar frustrações. Se o castelo não ficou tão alto e exuberante quanto ela queria e acabou desmoronando muito antes do previsto, o que se pode tirar dessa singela experiência? Como aprender com os erros? Faltou molhar e compactar mais a areia? A construção precisava de uma base maior?

- Ela tem que aprender a lidar com o fazer de novo - assevera Gisleine.

Com adolescentes, ensina a psicóloga, é importante não estabelecer uma relação autoritária e impositiva. Prefira a conversa, para o bem de todas as partes. Gisleine também reforça a importância de um investimento continuado na educação. Há pais, atesta, que dão muita atenção em determinada fase da vida e depois não se mantêm nessa mesma linha.

- É importante o investimento na primeira infância. O adolescente depende da riqueza afetiva de ter tido uma infância amorosa. Na adolescência, a angústia é maior, vêm as ansiedades referentes às mudanças, eles estão em um momento de transformação no corpo e na mente, é uma fase de mistério e mais ansiedade - constata a professora.

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