segunda-feira, 22 de abril de 2019



22 DE ABRIL DE 2019
CAROLINA BAHIA

Reforma e cheque em branco

Na semana decisiva para a tramitação da reforma da Previdência, o governo vai ter que provar aos deputados que a proposta em discussão não é um cheque em branco. Deputados aliados ao governo já vinham comentando pelos corredores da Câmara que aguardariam o texto chegar à comissão especial para exigir os cálculos do impacto de cada medida. Até parlamentares dispostos a votar a favor da reforma reclamam que ainda é difícil explicar para os seus eleitores questões como a diferença de tratamento entre trabalhadores do regime geral e militares, por exemplo. 

A situação fica ainda pior se o Ministério da Economia resolver blindar dados econômicos e sociais que serviram de base para a formulação da reforma. A falta de transparência da área técnica fragiliza a articulação política. A intenção do Planalto é conseguir colocar o texto em votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) amanhã e acelerar as negociações na comissão especial para encerrar os trabalhos no plenário até julho. Quem conhece a Câmara já comenta que esse calendário foi para o espaço.

PRIVATIZA?

Líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) lançou uma campanha nas redes sociais pelo fim do monopólio do combustível e pela privatização da Petrobras. No PSL, ela tem o apoio do deputado gaúcho Ubiratan Sanderson. Na Câmara, no entanto, há aliados defendendo que este não é o momento ideal para levantar assunto tão polêmico.

SALA DE AULA

Diante das dúvidas dos parlamentares sobre o impacto das mudanças na vida do aposentado, a bancada ruralista vai convidar especialistas para que cada item seja dissecado. A equipe econômica aceita algumas adaptações na proposta, como redução da idade de aposentadoria das mulheres. Os deputados querem o fim das alterações para o trabalhador rural.

EMPURRANDO

Além de argumentar que precisa de tempo para analisar as mudanças no texto da reforma que será apresentado na CCJ, a oposição vai aproveitar para exigir os números. À coluna, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) adiantou que a estratégia será solicitar os dados atuariais. Essa exigência seria feita apenas na comissão especial.

CAROLINA BAHIA

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