terça-feira, 23 de abril de 2019



23 DE ABRIL DE 2019
POLÍTICA +

COMO LEITE ISOLOU OPOSIÇÃO NA EMENDA DO PLEBISCITO

Se tudo correr como o governo planeja, a proposta que acaba com a exigência de plebiscito para vender a CEEE, a Sulgás e a CRM será aprovada hoje com 40 votos favoráveis, 13 contrários e uma ausência, a da deputada Any Ortiz, que está em licença-maternidade. O 55º é o presidente da Assembleia, Luis Augusto Lara (PTB), aliado do governo, que só vota em caso de empate.

Any Ortiz até queria voltar à Assembleia para votar pelo fim da exigência de plebiscito, mas a procuradoria entendeu que ela não pode interromper a licença-maternidade, que é um direito do bebê. O voto de Any, embora simbolicamente fosse importante para mostrar coesão, não será necessário. Para aprovar a emenda são necessários 33 votos. A base do governo soma 40 deputados, mas, nesta proposta, poderá contar com os dois do Partido Novo, que votam a favor por convicção ideológica.

Nos bastidores, a única preocupação é com o deputado Gaúcho da Geral (PSD), porque a votação pode ocorrer no horário do jogo do Grêmio na Libertadores. Mas, como a partida será disputada no Paraguai, o deputado torcedor não tem por que se afastar do plenário.

Leite construiu essa maioria na base do diálogo, iniciado logo depois da eleição. Quando sagrou-se vitorioso nas urnas, os partidos que apoiavam o governador eleito somavam 19 deputados. Uma de suas primeiras providências foi visitar a direção de cada um. Aos que tinham afinidade ideológica, fez um convite direto para participar do governo. Aos de oposição (PT e PSOL), expressou o desejo de dialogar.

Ao PDT, Leite chegou a oferecer a Secretaria da Educação, mas os deputados recusaram porque sabiam que seria preciso defender as privatizações que sempre combateram. Aos dirigentes do MDB, Leite propôs que esquecessem as divergências eleitorais e integrassem seu governo. Hoje, até para manter a coerência com o que propôs o governo Sartori, os deputados do MDB estão entre os mais fiéis defensores do fim do plebiscito.

A última bancada a aderir ao governo foi a do PSL, no final de março, com a indicação do deputado Ruy Irigaray para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo.

DISPUTA POR CERVEJARIA

Em busca de investimentos para o Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite foi até a fábrica da Itaipava na cidade de Boituva, em São Paulo, conhecer as instalações (foto) e manifestar interesse em receber nova planta da cervejaria no Estado.

Ao presidente do Grupo Petrópolis, Walter Faria, Leite destacou as vantagens econômicas, geográficas e estratégicas que o Rio Grande do Sul pode oferecer.

- Estamos apostando na agenda do desenvolvimento, buscando atrair novos investidores para o Estado, além de oferecer as condições para que os que já investem queiram permanecer - disse o governador, que ficou de elaborar proposta e encaminhá-la à cervejaria.

O governo do Paraná também foi até a empresa dizer que está interessado na instalação da fábrica e é o principal concorrente do Rio Grande do Sul. O Estado que oferecer melhores condições levará a fábrica.

Além de expor os atrativos aos empresários, Leite mencionou que aqui há um ótimo mercado consumidor de cerveja, o que acaba se tornando uma vantagem a mais. Os dois Estados, no entanto, têm quase a mesma população.

À noite, o governador voltou à capital paulista para se encontrar com representantes do Instituto Natura, que investe em iniciativas na área da educação no Estado.

ROSANE DE OLIVEIRA

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