Plano do governo é robusto, mas precisa ser do Estado
O Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável, anunciado com pompa e circunstâncias pelo governo do Estado ontem, é robusto e ousado. Pena que chega a dois anos do final do mandato do governador Eduardo Leite. Merecia - e essa é a expectativa do Piratini - ser um plano de Estado, e não de governo. Seria desejável que houvesse alguma perenidade, algo raro de ocorrer na política brasileira em geral e na gaúcha, em particular.
- O desafio é fazer dar certo. Quando dá certo, a própria sociedade cobra a manutenção - disse, durante evento a jornalistas no Museu Iberê Camargo, o vice-governador Gabriel Souza, ele próprio cotado para a sucessão de Leite.
O resultado palpável do plano é a criação de uma Agência de Desenvolvimento, a Invest RS, capaz de atrair investimentos e fazer a promoção comercial - ou seja, atrair empresas e fazer com que vendam para fora do Estado. E a meta: atingir taxa de crescimento anual do PIB de 3% até 2030. Para efeitos de comparação, o crescimento gaúcho real do PIB ficou em 1,6% ao ano entre 2002 e 2021. É possível chegar lá em seis anos? Uruguai, Polônia e Romênia fizeram, diz o governo. _
Diagnóstico duro
O diagnóstico, feito pela consultoria McKinsey, é duro de se ouvir:
- Temos um crescimento baixo e díspar (maior concentração econômica e industrial na Região Metropolitana e Serra, mas com menor PIB per capita nas outras regiões);
- Temos um ambiente de negócios menos favorável do que outros Estados, em destaque na comparação com Santa Catarina, que atraiu 2 milhões de pessoas nos últimos anos;
- Há um movimento migratório muito grande. Ou seja, as pessoas estão saindo do Rio Grande do Sul para viver e trabalhar em outros Estados;
- Infraestrutura deficitária;
- E sofremos com eventos extremos - secas e enchentes. _
Olhando para frente
O mapa do caminho passa por:
- Aposta em setores da economia que já garantem sustentação da economia gaúcha, como o agronegócio, mas também em diversificar e complexificar outras cadeias produtivas, que o Piratini aposta como de "ascensão", e de "inovação", como expansão de capacidades e produção atuais nas áreas automotivas, produtos de transição energética, máquinas, equipamentos e semicondutores e produtos e serviços digitais;
- Atração e retenção de pessoas: o RS tem de se tornar um lugar aprazível para se viver e trabalhar. Pelo diagnóstico, é necessário empregar entre 699 mil e 840 mil pessoas - a única forma é atrair mão de obra para o Estado;
- Escolas em tempo integral;
- Educação técnica e profissional;
- Fortalecimento do sistema de inovação;
- Criação de um ambiente de negócios favorável;
- Melhora da infraestrutura, como estradas e hidrovias;
- Maior resiliência: precisamos aprender a lidar com as mudanças climáticas.
Obviamente, não se faz isso em dois anos de mandato - e o governo teve seis, no total. Também não se faz sem um começo, como o lançamento ontem, e sem inclusão da sociedade. Mas, principalmente, não se chega lá sem que sejam superadas rusgas político-ideológicas e a desgastada mentalidade de caranguejo. _
"A vitóriaserá nossa"
Naim Qassem, novo líder do Hezbollah anunciado na terça-feira, afirmou ontem que manterá a estratégia de guerra do seu antecessor, Hassan Nasrallah, foi morto pelo exército de Israel no mês passado durante a escalada do conflito. Também disse que o governo israelense pagaria um preço alto se suas forças permanecessem no Líbano, enfatizando que estão preparados para um conflito prolongado.
- A vitória será nossa - disse. _
O remanejo é visto como uma "promoção" no meio diplomático. Candeas fez um duro e excelente trabalho ao retirar os brasileiros da guerra.
O escritório de Ramallah passa a ter como chefe da missão Oswaldo Biato Júnior. Ele traz a experiência de ter sido embaixador Cazaquistão, acumulando Quirguistão e Turcomenistão entre 2011 e 2013.
Também representou o Brasil na Ucrânia e Moldávia entre 2016 e 2020 e, atualmente, era titular na Geórgia. Em seu lugar, assume Carlos Ceglia, que hoje representa o Brasil na Turquia. _
Afagos e risadas em almoço com prefeitos vitoriosos
O Tá na Mesa da Federasul, ontem, foi recheado de afagos, sorrisos e risadas. Passados os momentos mais tensos de campanha eleitoral, prefeitos vitoriosos de quatro de cinco cidades gaúchas que tiveram segundo turno se encontraram.
Adiló Didomenico, de Caxias do Sul; Fernando Marroni, de Pelotas; Rodrigo Decimo, de Santa Maria; e Sebastião Melo, de Porto Alegre, estiveram presentes. O prefeito eleito de Canoas, Airton Souza, desmarcou o compromisso, alegando problemas de saúde na família.
Foram apresentadas as primeiras e principais pautas dos governos, porém pontos curiosos, de bastidores, chamaram a atenção da coluna. _
Falas curiosas
Ainda antes do evento, ao serem questionados sobre a transição, Melo brincou:
- O melhor momento é entre a eleição e a posse, que é de café, comida e abraços - disse, referindo-se aos recém-chegados, não o seu caso nem de Didomenico, que foram reeleitos.
Já no evento, ao ser chamado ao palco, Melo foi ovacionado. E falou sobre o resultado:
- O Brasil que saiu das urnas foi de prefeitos que sabem ouvir. Que resolvem e não ficam fazendo teses - e brincou - O Sebastião Melo é igual ao Airton Senna, que acelerava no final das ultimas 15 voltas da corrida.
O prefeito de Santa Maria também arrancou risadas do público:
- Sou Rodrigo Decimo e usarei um décimo do meu tempo para cumprimentar algumas pessoas.
Ainda citou a primeira-dama da Capital, Valéria Leopoldino:
- Quando vi, Valéria estava corrigindo ele (Melo), arrumando o guardanapo. Lembrei da minha esposa, que também me corrige.
Marroni foi cobrado por não trazer a Porto Alegre doces de Pelotas. Durante sua fala, a coluna escutou um comentário do tipo "nem parece que ele é petista".
Adiló falou de gestão, como a questão de segurança. Lembrou que, nos últimos anos em Caxias do Sul, foi roubado três vezes. _
INFORME ESPECIAL
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