Nos EUA, cenário embaralhado
A pouco mais de duas semanas da eleição presidencial nos Estados Unidos, é impossível dizer quem vencerá. Nas pesquisas nacionais, há empate técnico, com leve vantagem para a atual vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris: 50% a 49% para Donald Trump no Emerson College Polling Center, e 51% contra 49% pela The Harris Pool (as mais recentes, até sexta-feira).
Levantamentos nacionais, no entanto, têm pouca relevância em uma disputa tão complexa quanto a americana - o que vale são os resultados nos chamados "Estados-pêndulos" (swing states).
Vale a máxima: não basta ganhar, é ganhar certo, naqueles Estados que definem o jogo. Isso porque quando o candidato ganha em uma unidade da federação, ele carrega para o colégio eleitoral todos os delegados a que aquele Estado têm direito. Por exemplo, se Kamala vence na Califórnia, leva os 54 delegados daquele Estado, o mais populoso do país. Se Trump vence em Ohio, leva todos os 17. Aquele que somar 270 votos no colégio eleitoral é eleito.
O "problema" é que, tradicionalmente, sabe-se quem será o vencedor na maioria dos Estados: na Califórnia e em Nova York, os democratas, historicamente, vencem. Então é certo que Kamala soma, só nesses dois Estados, 82 delegados. No Texas e no Alabama, os republicanos costumam ganhar - 49 delegados na conta de Trump.
Mas há as exceções. Costumam desequilibrar a eleição - e coroar o vencedor - um punhado de Estados nos quais ora os democratas vencem, ora os republicanos. Esses são os chamados "Estados- pêndulos". É neles que os candidatos depositam seus recursos financeiros, estratégias e propaganda. Logo, é neles que devemos prestar atenção.
São sete os swing states deste pleito: Geórgia, Carolina do Norte, Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Nevada e Arizona. Juntos, somam os 83 desejados delegados.
Basta olhar quem ganhará nesses lugares, então, para se prever o vencedor? Não. Porque, nessa eleição, as pesquisas nesses Estados também mostram um cenário embaralhado (veja o gráfico abaixo). Com exceção de Geórgia e Arizona, há empate técnico em todos. _.
INFORME ESPECIAL
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