sexta-feira, 25 de outubro de 2024


25 de Outubro de 2024
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Inflação salta e sela alta maior de juro

Já havia expectativa de aceleração da inflação em outubro, mas o IPCA-15 de outubro veio acima até do esperado: o aumento de 0,54% surpreendeu até os pessimistas e consolidou a projeção de alta de 0,5 ponto percentual no juro na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 6 de novembro.

O IPCA-15 de setembro havia sido de 0,13%, o que evidencia o grau de aceleração. O indicador é chamado de "prévia da inflação" por ter levantamento idêntico ao do IPCA mensal, apenas com data de coleta de preços diferente, entre meados do mês anterior e meados do atual.

O dado reforça o risco de que a inflação feche 2024 acima da meta, porque o mercado já havia situado o encerramento do ano em 4,5%, limite máximo de tolerância, e o indicador apresentado ontem pelo IBGE veio ainda acima da expectativa.

Como se esperava, a maior pressão de preços veio da mudança da bandeira vermelha 1 para 2 na conta de luz a partir do dia 1º. Isso fez a energia elétrica subir 5,29% no mês, com impacto de 0,21 ponto percentual na taxa final.

Mas nem só de pressões específicas veio a elevação do IPCA-15. Também houve elevação de 0,59% no subitem chamado "serviços subjacentes". Esse indicador específico é acompanhado com lupa pelo Copom por representar um núcleo da inflação de serviços - transportes, habitação - e excluir os itens que variam mais, como passagens aéreas.

Outro dado inquietante foi o índice de difusão, que mede o quanto a alta de preços está espalhada. Foi de 55%, no período anterior, para 58,3%. Esse é o percentual dos itens que tiveram alta de preços entre os pesquisados pelo IBGE para compor o IPCA. _

Vão para Muçum 50 casas de R$ 110 mil

As primeiras 50 casas de R$ 110 mil e 44 metros quadrados doadas a desabrigados pela enchente serão construídas em Muçum, um dos municípios mais afetados. A instalação deve começar em 30 dias. Obviamente, a área fica na parte alta da cidade, não inundada no dilúvio de maio.

O que retarda a entrega das casas - em junho, a previsão era de 500 unidades em três meses - é a preparação dos terrenos, que depende das prefeituras e do governo do Estado. Conforme a Secretaria de Habitação do Estado, desde junho houve períodos chuvosos que atrasaram a terraplenagem. Também é preciso instalar antes a infraestrutura de energia, abastecimento de água e saneamento.

A coluna registrou as doações, verificou a evolução e agora, a exemplo do Painel de Reconstrução, que monitora as promessas de recursos públicos, também acompanha a entrega.

R$ 167 bi

é o valor que deve selar o acordo da indenização total paga por BHP e Vale, controladoras da Samarco, pelo estouro da barragem de Mariana, em 2015. O valor inclui 300 mil pessoas atingidas e será pago ao longo dos próximos 20 anos. O acerto deve ser anunciado hoje. Na última segunda-feira, começou em Londres o julgamento da maior ação ambiental da Justiça britânica e um dos maiores da história, com encerramento previsto só para março de 2025. Foi aberto lá porque a BHP é anglo-australiana.

Venda de térmica vira ajuda ao RS

Com fábrica na Capital, a Termolar começa a vender garrafa térmica que vai destinar parte do lucro para a Fundação dos Rotarianos de Porto Alegre, que apoia a reconstrução do Estado. A garrafa A Força do Povo Gaúcho está à venda por R$ 95,22. A ilustração é do artista Milton Trindade. É essencial que ações de ajuda ao Estado se mantenham, ainda falta muito a fazer. _

alívio aéreo

Porto Alegre teve a menor inflação entre as capitais pesquisadas pelo IBGE. O IPCA-15 ficou estável, com variação de apenas 0,17%. A principal causa foi o tombo de 17,16% nos preços das passagens aéreas, maior do que nas demais 10 áreas. A pesquisa foi encerrada antes da retomada do Salgado Filho, mas a expetativa de maior oferta pode ter ajudado.

GPS DA ECONOMIA

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