terça-feira, 15 de outubro de 2024


15 de Outubro de 2024
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

GPS da Economia - Apagão rende curto-circuito na energia

Com quase meio milhão de consumidores sem luz de sexta-feira até ontem, o apagão em São Paulo provocou reação exacerbada do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Disse que o comportamento da distribuidora Enel é "absurdo", acusou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes - candidato à reeleição contra Guilherme Boulos, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, de ser "fabricante de fake news" e o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, de agir com "covardia" por não estar na lavagem de roupa suja.

Silveira achou pertinente criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que "agredia" diariamente gestores públicos. Se é verdade que o comportamento da Enel exaspera, também seria adequado que, para mostrar diferença em relação à administração anterior, o linguajar fosse mais republicano.

Uma das principais críticas do ministro à Enel é o fato de não haver previsão de quando o abastecimento será normalizado. Voltou a expor, ainda, o fato de a distribuidora, privatizada em 2018, ter feito demissões em número superior ao que seria razoável para ter atendimento em situações de contingência. Foi semelhante ao que ocorreu no Estado com a Equatorial.

Foi o terceiro apagão em 11 meses na Grande São Paulo. Desta vez, precisou de ajuda de outras quatro concessionárias: Neonergia, Energisa, CPFL e Light. Outra vez, voltou à discussão a possibilidade de cassação da concessão. A proposta foi feita pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um habitual defensor de privatizações. Como a coluna insiste, a empresa pode ser privada, mas o serviço é público e essencial. Por isso, cobranças e gestão de consequências são necessários. A adjetivação, não. 

horário de verão

O apagão eleva a pressão sobre o horário de verão. A estabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN) está em jogo. O cenário dos próximos meses é de forte demanda por temperaturas altas e risco na oferta com redução dos reservatórios de hidrelétricas por causa da seca. Cresce a ameaça de uma intercorrência local ser replicada em ondas a várias regiões.

Confirmado aporte de R$ 1,56 bi no Litoral Sul

Com a assinatura dos últimos três dos 44 blocos de concessão na Bacia de Pelotas arrematados em dezembro passado, confirmada ontem pela Petrobras, foi consolidado o investimento de R$ 1,56 bilhão em exploração de petróleo entre a costa gaúcha e o litoral sul de Santa Catarina. Do total, nove são no litoral sul catarinense e 35, na costa do RS. A Petrobras é responsável por 29, e a americana Chevron, 15.

Nos três blocos que faltavam, a Petrobras vai operar, com participação de 50%, em parceria com a Shell (30%) e a chinesa CNOOC (20%).

Conforme a Petrobras detalhou à coluna, fará "aquisição de dados" e outros estudos antes de definir a estratégia. A Chevron, por sua vez, informou apenas que, por ter acabado de assinar os seus contratos, ainda não tem "informações adicionais para acrescentar neste momento". _

Computação, mas parece videogame

Conhecida por adotar metodologia de ensino que foge de práticas tradicionais, como aplicação de provas, a escola Lumiar, em Porto Alegre, agora oferece aulas de computação para crianças de seis a 10 anos como parte do currículo obrigatório.

A iniciativa é parte de projeto-piloto realizado em parceria com a SuperGeeks, franquia que traz à Capital plataforma de ensino com foco em desenvolvimento de jogos, programação, lógica e matemática. Segundo o CEO da unidade de Porto Alegre da SuperGeeks, Moisés Brandalise, a aprendizagem ocorre com experiência de videogame.

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