quarta-feira, 2 de janeiro de 2019


02 DE JANEIRO DE 2019
RBS BRASÍLIA


BOLSONARO: O PRESIDENTE QUE NÃO PODE ERRAR

Jair Bolsonaro pintou a praça dos Três Poderes de verde e amarelo em uma posse histórica. Depois de duas décadas de partidos de centro-esquerda se revezando no poder, um presidente que representa a direita conservador nos costumes e liberal na economia chega ao Palácio do Planalto prometendo uma nova era para o país. 

Ele ainda não explicou muito bem como vai implementar essa revolução, mas, a partir de hoje, termina o palanque e começa a prática deste novo jeito de governar. A expectativa é tão grande que Bolsonaro sabe que é um presidente que não pode errar.

É claro que, em tese, nenhum governante pode vacilar. Mas a responsabilidade de Bolsonaro é gigante. O que ele prometeu ao eleitor em uma campanha com temas pouco aprofundados foram questões simples: segurança e combate à corrupção. De braços dados com Paulo Guedes, o seu guru na economia, também acena com redução de gastos e de privilégios e, o principal, geração de emprego. Assim, ele angariou a simpatia de empresários, a confiança da cúpula militar e o voto de quem não queria o PT de volta ao poder. 

Para honrar essas bandeiras, esse capitão popular e obstinado vai precisar transformar o discurso fácil em políticas públicas concretas, em reformas, em postos de trabalho, sob o risco de ver desmoronar em quatro anos os símbolos que defende com tanto empenho. E não estou falando em libertar o Brasil do socialismo, que essa é uma assombração que jamais ameaçou o país. A incompetência na gestão e a corrupção, no entanto, são pragas que amarram o desenvolvimento. O tradicional toma lá dá cá também corrói a administração pública. Bolsonaro jura que combaterá esses atrasos. Além disso, mais uma vez, durante seu discurso no Congresso, confirmou o respeito à Constituição:

- Reafirmo meu compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão - disse aos parlamentares.

Amanhã pela manhã, Bolsonaro já promove a primeira reunião com os seus ministros e vai eleger medidas concretas para colocar em prática imediatamente, como a redução da burocracia. Mas os temas difíceis também precisam ser enfrentados, como a reforma da Previdência. Depois da paralisia provocada pela instabilidade política e econômica dos últimos anos, o país não pode perder tempo.

CAROLINA BAHIA

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