domingo, 4 de outubro de 2015


CARLOS HEITOR CONY

Lula e Ronaldinho Gaúcho

RIO DE JANEIRO - São dois assuntos diferentes, que parecem conflitantes, mas no fundo se entrelaçam, formando um só problema. Tanto a reforma ministerial, prometida e em andamento, como a escalação da próxima seleção nacional, que depois dos 7 a 1, ameaça ser um revival do Titanic, saído dos destroços no fundo do mar para tentar novamente flutuar e chegar a algum lugar. No Brasil há duas coisas importantes: a Presidência da República e a seleção de futebol. O resto é segundo escalão.
O ministério está sendo catimbado pelos interessados, sabe-se que as coordenadas são múltiplas e famintas. Através dessa troca de ministros que matará a fome dos congressistas, que estão com a faca e o queijo na mão para decidir o impedimento de dona Dilma, pode-se até saber o nome do próximo presidente da República.
À medida que o governo absorver figuras comprometidas com a corrupção e a incompetência, é inevitável que apareçam cassandras profissionais ou amadoras como o cronista que vos escreve. Faz parte da profissão que exerço há anos: não exatamente prever o futuro, mas se preocupar com ele. Ao contrário do historiador, que se refocila no passado, o jornalista terá de se contentar ou com a obviedade do presente, ou com o enigma do futuro.
Por lembrar o Titanic, lembro também duas hipóteses que poderão repetir a tragédia do navio que não podia afundar mas afundou. O principal nome para a substituição de dona Dilma é o próprio inventor da mesma, o já castigado e sedento Lula. Que teve seus méritos, teve.
E Ronaldinho Gaúcho, que também teve seus méritos mas, na tentativa de ressuscitar sua carreira, veio para o Fluminense e só fez uma coisa em campo: bater laterais, às vezes sem nenhuma eficiência. Lula ameaça ser um Ronaldinho Gaúcho que talvez nem saiba mais bater laterais.

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