A largada do ciclo de baixa do juro
Com as expectativas do mercado "coordenadas" - ou seja, sem tantas incertezas - e positivas -, já não se pergunta "se" o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) vai abrir a porta para o corte de juro no comunicado da noite de hoje. Sim, porque seria uma grande surpresa se houvesse redução já nesta reunião.
O que está em discussão agora são os termos em que fará o "anúncio" da poda para agosto - e se será um desbaste simbólico, de 0,25 ponto percentual - ou se pode ser mais acentuado, de 0,5 pp. E mais ainda, a decisão deve marcar o início de um ciclo de baixa do juro básico.
As apostas vão de pequenas alterações no comunicado, que apenas "abram a porta" para uma poda, sem garantir que ocorrerá, a formulações mais explícitas. Afinal, os juros futuros já caíram, em grandes números, do patamar de 14% - acima da taxa básica de 13,75% - para o nível de 10%, deixando o BC até "atrasado" na redução.
Uma das possibilidades, conforme Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, seria apenas a retirada da frase "o Copom enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado". Ou seja, antes de avisar que vem o corte, retirar a expectativa de alta.
Outra hipótese seria afirmar que "os fatores de risco agora tendem para a direção de menos inflação" - o que abriria a porta. Leal espera corte de 0,5 pp em agosto e mais três de 0,25 pp até o final do ano.
No "Esquenta do Copom" (sim, tem isso) da XP Investimentos, assinado por Caio Megale, que foi secretário do Tesouro na gestão Paulo Guedes, há previsão de que a comunicação seja "ajustada para incorporar a melhoria recente nas perspectivas de inflação", mas como as projeções seguem acima da meta, o comitê "deve evitar se comprometer com a próxima decisão". Mesmo assim, a perspectiva da equipe é até mais otimista: corte de 0,25 pp em agosto, seguido de cortes de 0,5 pp até a Selic chegar a 11% no primeiro trimestre de 2024.
O economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, reforça que "se abriu uma janela de oportunidade", que começaria por amenizar o tom duro do comunicado. Desde a reunião anterior do Copom, pondera, "a inflação continuou dando sinais de arrefecimento e, diante da redução do risco fiscal, a taxa de câmbio passou a ser negociada abaixo dos R$ 5, as expectativas melhoraram e as taxas de juro futuro começaram a cair".
São todos fatores positivos para o ciclo de baixa. Sua expectativa é de poda d 0,25 pp em agosto, mais duas de mesmo tamanho e, só na última reunião do ano, em dezembro, um corte de 0,5 pp, levando a Selic a 12,5% em dezembro.
Em participação na CPI das Americanas, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento, disse ontem que, além das inconsistências contábeis, há indícios de manipulação de informação. Caso isso seja confirmado, configuraria crime contra o mercado de capitais.
R$ 4,796
foi a cotação de fechamento do dólar ontem, com leve oscilação para cima de 0,43%. Apesar do freio na queda, o câmbio não retomou o patamar de R$ 4,80. A bolsa aproveitou para realizar lucros e piscou 0,2% para baixo. Em vez de se aproximar, afastou-se da máxima de pontos registrada em 2022. Tensão pré-Copom e correções dominaram.
Moda e balada no Cais
Uma das marcas de roupas mais conhecidas do mercado gaúcho, a Gang anunciou a abertura de sua 52ª loja. Será no Cais Embarcadero, com o início da operação previsto para a segunda quinzena de agosto.
A empresa explica que o espaço terá curadoria especial, com itens exclusivos e customizados. O local também deverá ter agenda semanal agitada, com DJ?s e artistas convidados - praticamente uma balada. Segundo a CEO da marca, Ana Luiza Ferrão Cardoso, o espaço estará em constante movimento, tanto em oferta de produtos como no visual da fachada, que assumirá versões diferentes conforme as tendências de moda e comportamento do público.
A Gang reformulou a sua identidade visual há pouco, para reforçar o propósito de comprometimento da marca com a liberdade criativa. Para 2023, a rede de moda aposta em um novo ano de crescimento. A projeção da marca é aumentar em cerca de 18% o faturamento em relação a 2022.
Time de bairro em camiseta de grife
A parceria entre a imobiliária Somos Lares e a marca de roupas Aragäna rendeu uma nova linha de produtos que destaca alguns dos bairros mais queridos de Porto Alegre. A colaboração inédita das duas empresas vai estampar o Bom Fim, o Centro Histórico e a Cidade Baixa - por enquanto - em camisetas e chaveiros.
- É uma homenagem à Capital. São bairros que adoramos, que têm história e que fazem parte da nossa trajetória - diz Anderson Coelho, sócio-fundador da Somos Lares.
As peças estarão disponíveis aos interessados no e-commerce da Aragäna a partir desta quarta-feira.
As camisetas serão comercializadas por R$ 169,90, e os chaveiros, feitos de acrílico, por R$ 39,90.
- Nossa marca hoje está presente em todo o país, mas estamos sempre buscando formas de nos conectarmos com a nossa origem - enfatiza a sócia da Aragäna Rita Escobar.
União Europeia começa a regular
aplicações de IA
Depois de sucessivas advertências sobre os riscos das aplicações de inteligência artificial (IA) e pedidos para que a tecnologia seja regulamentada, a União Europeia deu o primeiro passo. Na semana passada, começou a estabelecer regras, já com proibição total para vigilância biométrica, reconhecimento de emoções e policiamento preditivo. Com as diretrizes definidas, o próximo passo é uma negociação entre os países-membros no Conselho Europeu - nível decisório formado pelos chefes de Governo de cada integrante.
Os eurodeputados definiram três níveis de risco - inaceitável, elevado e limitado. As classificadas no grau mais elevado serão proibidas. Os vetos têm exceções, como os sistemas de pós-identificação biométrica a distância, em que a identificação não ocorre de forma instantânea, que serão permitidos apenas para repressão de crimes graves e após aprovação de tribunais. Nas de risco elevado, será preciso ter avaliação preliminar antes de colocar no mercado, que deverá ser renovada ao longo de seu ciclo de vida. Nas de risco limitado - como as do ChatGPT -, será preciso dar transparência, para que usuários tomem decisões informadas, ou seja, identificar que a fonte é de inteligência artificial.
As iniciativas legais da União Euopeia costumam ter o chamado "Efeito Bruxelas" - referência à cidade que é sede do governo do bloco -, ou seja, servir como referência para outras legislações nacionais e até regras corporativas. Ocorreu, por exemplo, com a adoção da General Data Protection Regulation (GDPR), que entrou em vigor em 2018 e, no Brasil, inspirou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) de 2020. Mas regulação é para quem quer ficar dentro da lei. E ainda não se sabe o quanto teremos de inteligência artificial fora dela.
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