sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020


28 DE FEVEREIRO DE 2020
INFORME ESPECIAL

Antes tarde


Merece elogio a atuação da Brigada Militar durante o Carnaval da Cidade Baixa, em Porto Alegre. Reconhecer o acerto técnico na contenção de badernas pontuais não significa apoio incondicional ao uso da força policial. Não é bom ver bombas sendo lançadas em uma região densamente habitada e frequentada por uma maioria que só queria se divertir. Mas, de fato, a Brigada mereceria ser criticada é se não agisse com rapidez e rigor diante do descumprimento da lei, seja nas favelas ou nos bairros mais ricos da cidade.

A atuação da polícia é muitas vezes antipática. Pode até ser confundida com abuso diante das aparências que enganam. Jovens inocentes sendo agredidos por soldados fortemente armados. Não é isso o que aconteceu. Aliás, sem a repressão imediata às brigas de rua, o caos poderia ter se instaurado. Feita a contabilidade, não há notícias de feridos, apesar da intensidade dos estrondos das bombas e dos efeitos assustadores da fumaça. É exatamente isso o que esse tipo de ação consegue. Intimidar para não precisar machucar.

Nesse tempos de polarizações burras, é importante ressaltar o óbvio. Melhor que nada disso acontecesse. Que o Carnaval da Cidade Baixa tivesse sido só o que, preponderantemente, foi até agora: uma festa animada e sem violência. Apesar disso, é uma obrigação ética reconhecer que a Brigada, infelizmente, teve de agir. E o fez com competência exemplar.

TULIO MILMAN

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