sábado, 22 de fevereiro de 2020


22 DE FEVEREIRO DE 2020
RODRIGO CONSTANTINO

Raiva não é argumento


O impensável aconteceu em 2016: Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos. Como assim, aquele bufão fascista foi capaz de vencer? Em choque, os "progressistas" ficaram um tempo na fase psicológica da negação, esperançosos de que o voto popular, e não o tradicional colégio eleitoral, pudesse ditar o vencedor. Mas Trump assumiu o governo, ocupando a Casa Branca.

Quando a ficha caiu, de forma dolorosa, a esquerda partiu para o ataque: não era preciso aguardar um só dia de gestão para saber que seria um desastre, que minorias seriam perseguidas nas ruas, que haveria uma guerra mundial, que a democracia estava com seus dias contados. Logo criaram a "resistência" ao seu fascismo imaginário, e a conversa sobre impeachment começou imediatamente após Trump tomar posse.

Faltava apenas um pretexto, e muito foi apostado no suposto conluio com os russos. De forma inédita, o aparato do Estado foi colocado a serviço de um partido, e o FBI de Comey não se importou em usar dossiê falso pago pelos democratas para tentar incriminar um presidente eleito. Os "resistentes" ameaçavam as instituições republicanas de uma forma que nunca antes se viu, mas era Trump quem continuava produzindo calafrios nos democratas.

A mídia atuou como cúmplice na caçada, dando peso demasiado a qualquer tese conspiratória criada pelos democratas. Sua credibilidade desabava na mesma proporção em que o público ia ao delírio quando Trump acusava as fake news. O ódio ao presidente exalava das redações, e encontrava eco em Hollywood, com artistas revoltados com o governo.

Mas o caos não veio. Ao contrário: a economia retomou o crescimento, as minorias nunca encontraram tanto emprego, a América voltou a se destacar como líder global e colocar regimes nefastos em seus devidos lugares. A histeria dos raivosos crescia à medida que o sucesso do governo ficava inegável.

Eis o que a esquerda não compreende: sua raiva não é um argumento. Essa mania infantil de "cancelar" o outro pode funcionar nas redes sociais, mas em política existe a urna. Apostar num octogenário socialista para derrotar Trump é a grande tacada democrata? O que pode dar errado, não é mesmo?

RODRIGO CONSTANTINO

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