À tarde, um encontro dos mais esperados
O fim da tarde de ontem reservou um momento aguardado da programação desta 69ª edição da Feira. Mesmo com a chuva, o Espaço Petrobras Carlos Urbim ficou abarrotado de gente para ouvir o bate-papo entre Itamar Vieira Junior e Jeferson Tenório.
No bate-papo Conversas Inspiradoras, mediado pela também escritora Nathallia Protazio, a dupla puxou para fora das páginas de suas bem-sucedidas obras questões sociais e históricas. Na conversa, eles convidaram a plateia para refletir sobre lutas sociais e as transformações necessárias para uma sociedade mais justa. Mais de 300 pessoas estavam presentes no recinto - e havia ainda algumas dezenas ouvindo do lado de fora, sob seus guarda-chuvas.
Ao ser questionado por Nathallia se era um autor que saiu da periferia e foi para o centro, Tenório respondeu:
- A leitura mudou a minha vida. A coisa mais transgressora que fiz na vida foi a leitura. Me deu oportunidade de imaginar um futuro. A imaginação é um modo de resistência para quem mora na periferia. A minha perspectiva era de uma semana, um mês, eu não conseguia projetar um futuro longo. Porque a ordem do dia era sobreviver. O maior papel da literatura é ajudar a imaginar um futuro possível. E o centro pode ser em todo lugar.
Itamar foi questionado sobre o sucesso de Torto Arado (2019), um livro que rompe barreiras, alcançando espaços que têm pouca tradição de leitura.
- Fico feliz pela capacidade que a narrativa tem de se ligar às pessoas de maneira muito direta - respondeu. - Este é o maior prêmio que eu poderia receber: escrever um livro que não é inacessível. Neste país, o livro ainda é objeto de luxo, mas não no ponto de vista de compreensão da história.
A 69ª Feira vai até o dia 15 de novembro. As bancas ficam abertas todos os dias, das 10h às 20h.
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