11 DE NOVEMBRO DE 2023
OPINIÃO DA RBS
A FORÇA DO TURISMO
O turismo tem sido uma das atividades mais promissoras no Rio Grande do Sul. Considerando-se anúncios recentes de projetos na área, é um segmento com potencial de se desenvolver ainda mais. Impressionam em especial os investimentos vultosos na área hoteleira na Região das Hortênsias.
É um sinal inequívoco na confiança de que a serra gaúcha ganhará ainda mais espaço como um dos principais destinos do país. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento turístico no Estado teve um crescimento de 35,8% em 2022, um dos maiores do país.
A colunista Rosane de Oliveira revelou na sexta-feira os planos de construção em Gramado de resort do Club Med, grupo de origem francesa que opera nos cinco continentes. O empreendimento foi disputado com o balneário de Punta del Este, no Uruguai. A unidade receberá um aporte de R$ 1 bilhão. Além de 250 quartos, o complexo contará com pista de esqui com neve artificial, moradias e centro de entretenimento.
Mas há outros projetos com investimento de valor parecido. No início do ano, foi anunciado, também em Gramado, um Hard Rock Hotel. O desembolso igualmente será de R$ 1 bilhão, em 10 anos. Mês passado, foi confirmado que São Francisco de Paula, em uma sociedade entre a Laghetto Hotéis e a BR Resorts, terá um resort temático da dupla Gre-Nal. Mais um aporte de R$ 1 bilhão. Em Canela, segue em andamento a revitalização do Laje de Pedra, ícone da hotelaria gaúcha, ao custo de mais de R$ 500 milhões. Foi a entrada do grupo europeu Kempinski na América do Sul, para tocar um empreendimento que une hotel e unidades residenciais. Junto a estes projetos há diversos outros na área imobiliária e de parques temáticos, uma característica sem igual no país.
A serra gaúcha é um dos destinos mais desejados dos brasileiros. Além da Região das Hortênsias, há várias outras atrações, como o enoturismo e os parques nacionais nos Campos de Cima da Serra, agora sob administração privada, com melhor infraestrutura e mais atrativos, além das belezas naturais. O turismo é uma atividade que espalha reflexos positivos no comércio e em outros segmentos dos serviços, como alimentação e transporte. Multiplica a geração de emprego e renda.
Mas, em relação à Região das Hortênsias, é preciso ter atenção para que a grande quantidade de empreendimentos não descaracterize as cidades. São as peculiaridades culturais e a natureza, além da qualidade dos serviços, da limpeza urbana e do atendimento que tornaram esses municípios famosos. Também na sexta-feira, a colunista de economia Marta Sfredo informou que um relatório sobre o mercado de entretenimento local indica que quase 60% dos empresários e líderes da Serra temem um colapso na infraestrutura de Gramado.
Notam, a despeito do progresso prometido para os próximos anos, o risco de perda de identidade. Deve-se esperar que exista bom senso de empreendedores e autoridades para evitar um crescimento desordenado, capaz de, ao longo do tempo, prejudicar a região.
Mas o Estado como um todo tem boas perspectivas. Segundo a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul, o setor teve, de janeiro a julho, saldo positivo de 1,5 mil postos formais. E, no mesmo período, o Estado foi a segunda unidade da federação que mais recebeu visitantes estrangeiros. Foram 850 mil visitantes, de 112 nacionalidades. Existe ainda um enorme potencial a ser explorado, como o turismo de eventos em Porto Alegre, a paleontologia na Região Central e o ligado às tradições gaúchas em regiões como a Campanha e a Fronteira Oeste.
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