sexta-feira, 9 de dezembro de 2022


09 DE DEZEMBRO DE 2022
OPINIÃO DA RBS

A RADIOGRAFIA DO ESTADO

A nona edição do Índice de Desenvolvimento Estadual - Rio Grande do Sul (iRS), que mede a qualidade de vida nas 27 unidades da federação e no país como um todo, revela localmente os efeitos do primeiro ano da pandemia na realidade dos gaúchos. Resultado de uma parceria entre GZH e PUCRS, o levantamento baseia-se em fontes oficiais e segue os moldes do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, concentrando-se em três dimensões: padrão de vida, educação e segurança e longevidade. 

Embora tenha mantido a quinta colocação no ranking nacional, o Rio Grande do Sul recuou na primeira área mensurada (padrão de vida), teve discreta melhora na segunda (educação) e avançou na terceira (segurança e longevidade), avanço, em parte, creditado à própria pandemia devido ao isolamento social, que reduziu homicídios e acidentes de trânsito.

O propósito da pesquisa não é a competição entre os Estados, mas sim a compilação de indicadores oficiais que possam servir de parâmetros aos agentes públicos e privados para a definição de ações destinadas a melhorar a qualidade de vida da população. Por isso, o iRS não se baseia apenas em dados econômicos: 

leva em conta, também, indicadores de aprendizagem e frequência na educação, expectativa de vida, mortalidade infantil e violência na dimensão segurança e longevidade. Os dados do levantamento divulgado nesta semana são de 2020, devido ao atraso das estatísticas oficiais no país, mas captam bem os impactos da pandemia e certamente podem ajudar na elaboração de políticas públicas e de ações não governamentais destinadas a melhorar a qualidade de vida dos gaúchos.

A retração no mercado de trabalho e a queda da renda dos trabalhadores provocaram o maior recuo no padrão de vida dos rio-grandenses, seguindo uma tendência registrada em todo o país. O aumento da desigualdade evidencia a urgência de investimentos em geração de empregos e em produtividade neste período de pandemia menos agressiva.

Na dimensão educacional, apesar da tímida melhora, o Estado continuou na 12ª colocação do ranking nacional, uma posição incômoda e incompatível com a tradição dos gaúchos. Mas, como bem acentua o professor Sani Cardon, da Escola de Humanidades da PUCRS, o resultado deve servir de estímulo para investimentos em professores, na infraestrutura das escolas e em programas que assegurem a permanência dos alunos.

O avanço do Estado em segurança e longevidade, superior ao do país, tem a ver com o distanciamento social, mas também está fundamentado em indicadores positivos que precisam ser mantidos: reduções nas taxas de homicídios, de mortalidade infantil e de óbitos causados pelo trânsito. Sinais de que a política de prevenção adotada no início da atual administração produziu efeitos benéficos para a população gaúcha.

Fundamentado na transparência, na vida real e na facilidade de compreensão dos dados revelados, o iRS cumpre o seu papel de indutor da qualidade de vida, sem representar qualquer ônus para o Estado e para os contribuintes. Cada vez que o índice é divulgado, o Rio Grande encontra novos motivos para perseguir o crescimento com justiça social.

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