sexta-feira, 16 de dezembro de 2022


14 DE DEZEMBRO DE 2022
PEDIDO AOS FUTUROS COMANDANTES

Lula quer fim de atos defronte a quartéis

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, quer terminar com os protestos na entrada de quartéis pelo país que contestam o resultado das urnas e pedem intervenção militar, segundo aliados. A remoção de manifestantes será um dos primeiros pedidos de Lula aos próximos comandantes-gerais das Forças Armadas.

Antes mesmo dos atos de vandalismo cometidos em Brasília na noite de segunda-feira, Lula já havia compartilhado com parlamentares de sua base aliada que trataria com os generais o fim das aglomerações e acampamentos no entorno dos quartéis.

Na quinta-feira passada, Lula recebeu a cúpula do Avante no hotel onde despacha em Brasília. Na ocasião, disse que gostaria de conversar com os futuros comandantes das Forças Armadas logo, pois considera as concentrações um "desrespeito" às próprias Forças Armadas.

Há possibilidade de que os comandantes apontados por Lula assumam antes da hora. Isso porque os atuais chefes deram sinais de que pretendem deixar os cargos antes da posse do eleito, em 1º de janeiro.

Mesmo que não sejam nomeados por Jair Bolsonaro, os indicados por Lula poderiam comandar interinamente. Seriam eles o general Julio Cesar de Arruda (Exército), o almirante Marcos Olsen (Marinha) e o brigadeiro Marcelo Damasceno (Aeronáutica).

Dificuldades

Um parlamentar que aconselha Lula no diálogo com a caserna disse recentemente que o maior problema para acabar com as aglomerações em frente aos quartéis é a participação de integrantes da reserva e de familiares de militares nos atos, bem como o apoio de clubes militares.

O assunto tem de ser levado aos generais porque os atos ocorrem em perímetro de área militar, sob a responsabilidade das Forças Armadas - e não das secretarias de Segurança dos Estados. Assim, o patrulhamento é controlado pela polícia do Exército.

Brasília

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) divulgou ontem nota afirmando que os atos de vandalismo registrados na noite de segunda-feira em Brasília estão sendo investigados e que os participantes, "uma vez identificados, serão responsabilizados".

Os atentados tiveram início após a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador de Bolsonaro. Manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal, incendiaram cinco ônibus e três carros e ainda quebraram os vidros da 5ª Delegacia de Polícia. De acordo com a SSP/DF, os atos foram controlados no fim da noite pela Polícia Militar, com reforço de tropas.

A prisão de Serere foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria- Geral da República (PGR), por causa de "indícios da prática de crimes em atos antidemocráticos". O líder indígena teria orquestrado manifestações em diversos locais de Brasília, como Congresso Nacional, Aeroporto Internacional de Brasília (onde a área de embarque foi invadida), no centro de compras Park Shop- ping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde Lula está hospedado.

A área central de Brasília segue monitorada pela segurança pública, com apoio de câmeras de videomonitoramento e do serviço de inteligência. O trânsito de veículos na Esplanada e vias próximas segue fechado, e o policiamento no hotel de Lula foi reforçado. 

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