quinta-feira, 8 de dezembro de 2022


07 DE DEZEMBRO DE 2022
INFORME ESPECIAL

O Censo e os síndicos

Apesar de todo o esforço, também no Rio Grande do Sul não será possível para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) concluir a coleta de informações do Censo Demográfico 2022 até o prazo de 23 de dezembro. No Estado, 80,6% da população já foi recenseada, um pouco acima da média nacional de 78,73%, conforme dados divulgados ontem no quarto balanço de atividades. A grande dificuldade é encontrar pessoal para o trabalho de ir a cada domicílio buscar as informações sobre as características da população.

Mas há como ajudar a acelerar a tarefa, diz o coordenador operacional do IBGE no Rio Grande do Sul, Luís Puchalski. Em Porto Alegre, por exemplo, a grande dificuldade está nos condomínios. Segundo Puchalski, ainda existem síndicos que se negam a dar acesso aos recenseadores por temores relacionados especialmente à segurança, apesar da existência de uma série de controles e formas de identificação do colaborador que visita os domicílios. Por força de lei, os condomínios não podem impedir o trabalho do Censo.

- Estamos tentando negociar, reverter na base do diálogo. Mas a partir de janeiro poderemos ter uma atitude mais rigorosa, notificando e, se for necessário, acionando a polícia - avisa Puchalski.

A população também pode contribuir. Em muitos casos, o recenseador não encontra alguém na residência, mas deixa um bilhete com o seu telefone. O apelo é para que os responsáveis por esses domicílios busquem contatar o recenseador. As informações, afinal, podem ser prestadas em poucos minutos, inclusive por telefone.

A colaboração é uma forma de diminuir o impacto da falta de equipes completas. No Estado, foram abertas 11,2 mil vagas para recenseadores, mas no período com maior adesão foram preenchidos cerca de oito mil postos. Hoje, são 5,3 mil pessoas coletando as informações.

Para acelerar a tarefa, recenseadores de regiões mais adiantadas estão sendo transferidos para pontos do RS onde há maior atraso. Também decidiu-se pagar gratificação para o trabalho nesta sexta-feira (dia de jogo do Brasil) e no fim de semana. Segundo Puchalski, em regiões como a Grande Porto Alegre, Serra e norte do Estado, onde a procura por mão de obra pelas empresas está mais aquecida, é maior a dificuldade de recrutamento. A preferência de quem busca ocupação, claro, é por uma colocação que não seja temporária.

CAIO CIGANA INTERINO

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