06 DE ABRIL DE 2020
CORONAVÍRUS
Especialistas cobram agilidade do governo
Analistas elogiam as medidas adotadas pelo Ministério da Economia para tentar amenizar os danos da pandemia de covid-19 na atividade econômica. De acordo com eles, iniciativas como a permissão para corte de jornada e salários, mediante apoio da União, podem ajudar a preservar empregos.
Mesmo assim, é praticamente unânime a leitura de que o governo federal tem de ir além. Na visão de especialistas, a pandemia cobra maior velocidade na tomada de decisões.
Fernando Ferrari Filho, professor da Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), avalia que o governo precisa acelerar a concessão de crédito em bancos públicos. Sem acesso a financiamentos com taxas mais atrativas, empresários tendem a sentir dificuldades para manter os funcionários, destaca.
Revisão
- A MP (medida provisória)que permite redução de jornada e salário é interessante se as empresas, de fato, não demitirem. Mas também é preciso que haja crédito mais competitivo no país. Sem financiamento para capital de giro, é pouco provável que as empresas tenham sobrevida por três, quatro meses. Aí, seriam obrigadas a demitir - observa Ferrari Filho.
Professor da Unisinos, o economista Guilherme Stein também chama atenção para a necessidade de avanços na área de crédito. Ele afirma que, até o momento, quem sente mais os efeitos da crise são os empregadores e os trabalhadores do setor privado no país. Por isso, Stein considera que uma revisão temporária nos benefícios de representantes do poder público também deveria ser discutida.
- A quarentena é importante, mas é necessário reconhecer que o custo econômico é alto. Então, temos de pensar logo no próximo passo. Ou seja, ver como conseguiremos reabrir a economia após a crise. Empresas costumam ter preparação financeira para um, dois meses - argumenta Stein.
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