sexta-feira, 17 de janeiro de 2020




17 DE JANEIRO DE 2020

TEATRO

Como se fosse a primeira vez

Comédia "Homens de Perto" volta às origens em espetáculo especial para o Porto Verão Alegre.

Há 17 anos, três atores de Porto Alegre deram início a um espetáculo de humor no estilo dos teatros de revista que fizeram sucesso no Brasil até a primeira metade do século 20. A repercussão positiva de Homens de Perto até hoje, depois de mais de 800 apresentações em dezenas de cidades gaúchas, pode estar justamente neste diferencial, segundo o ator Zé Victor Castiel, que, junto de Rogério Beretta e Oscar Simch, estreia mais uma temporada da peça hoje, no Teatro CIEE (Av. Dom Pedro II, 861), na Capital.

A apresentação integra a programação do Porto Verão Alegre, festival que segue até 16 de fevereiro com espetáculos em diferentes espaços culturais. A trupe, sob a direção de Néstor Monasterio, levará o público de volta ao primeiro Homens de Perto, apresentado em 2003, só que agora o espetáculo também é destinado a menores de 18 anos.

- O que pegou no Homens de Perto foi a gente reeditar uma coisa que estava praticamente extinta no Brasil, o teatro de revista. O legal até hoje é o fato de a gente fazer as coisas parecerem que são improvisadas. Tu jura que é improviso, mas aquilo foi ensaiado. É uma coisa que a gente sempre fez e que costuma agradar muito o público - comenta Castiel.

Diferentemente da última montagem, Desgovernados, na qual o enredo foi desenvolvido para ser essencialmente político e abordar assuntos atuais do país com humor, a primeira versão de Homens de Perto simplesmente conta uma história. São três atores que lamentam a morte de um colega, o único do grupo com talento para teatro. No entanto, o espetáculo precisa continuar, e os outros integrantes da companhia resolveram encená-lo mesmo sem terem capacidade para isso.

Esta é a primeira vez que Castiel, Beretta e Simch reapresentam a primeira versão da peça, o que torna o momento divertido para o atores:

- É como se fosse a primeira vez. Quando fizemos, tínhamos todos 40 e poucos anos. Hoje somos sessentões. Tá uma delícia fazer. Estamos voltando a fazer a versão lá de 2003 porque chegamos à conclusão de que crianças não podiam ver. A primeira versão que as pessoas não lembram mais ou que não puderam assistir porque eram menores de idade... - ressalta Castiel.

Com autoria de Artur José Pinto, o espetáculo ficará em cartaz no Teatro CIEE de hoje até quarta-feira, sempre às 21h - apenas na segunda-feira não haverá apresentação. Veja na página 7 informações sobre ingressos para o Porto Verão Alegre.

MARIANA FRITSCH

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