25 DE JANEIRO DE 2020
OBITUÁRIO
Aos 84 anos, morre Ibsen Pinheiro
Um dos principais nomes do MDB no RS, o ex-presidente da Câmara comandou a sessão do impeachment de Fernando Collor
Ibsen Pinheiro morreu na noite de sexta-feira, aos 84 anos. Ele realizava tratamento de saúde no hospital Dom Vicente Scherer, na Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, quando teve parada cardiorrespiratória. Faleceu por volta das 21h, de acordo com a sua assessoria. Nascido em São Borja em 5 de julho de 1935, foi presidente da Câmara dos Deputados entre 1991 e 1993, no governo Fernando Collor.
Também foi presidente do PMDB estadual, deputado estadual e vereador. É conhecido ainda pela sua atuação como jornalista, procurador de Justiça, promotor, advogado e ex-dirigente do Sport Club Internacional.
Ibsen começou a sua carreira como jornalista, trabalhando na prefeitura de Porto Alegre entre os anos de 1959 e 1960. Durante a década de 1960, atuou na Rádio Gaúcha e no jornal Zero Hora, escrevendo principalmente artigos sobre esporte.
Em 1969, chegou pela primeira vez à vice-presidência do Internacional, em um grupo chamado "os mandarins", que ficou na história do clube por liderar uma era de conquistas que culminou com os títulos do Campeonato Brasileiro em 1975, 1976 e 1979.
Retornou aos microfones da Rádio Gaúcha em 1971. Na década de 1970, foi integrante também do programa Sala de Redação, então apresentado por Cândido Norberto.
Na política, foi eleito pela primeira vez em 1976, assumindo o cargo de vereador de Porto Alegre pelo MDB. Conhecido por sua verve e qualidade no discurso, logo começou a despontar, sendo eleito deputado estadual, em 1978, e deputado federal, em 1983. Obteve a reeleição em 1986, participando da construção da Constituição de 1988.
No início da década de 1990, Ibsen foi um dos nomes mais importantes da política nacional. Presidiu a Câmara dos Deputados durante o mandato de Fernando Collor de Mello, entre 1991 e 1993, sendo responsável pela instalação da primeira comissão parlamentar de inquérito que deu origem ao processo de impeachment. Presidiu a sessão que afastou Collor da Presidência.
Em maio de 1994, diante do escândalo dos anões do Orçamento, Ibsen teve o seu mandato cassado por 296 votos favoráveis, 139 contra e 24 abstenções. O processo criminal, entretanto, foi arquivado por falta de provas em 1995.
Ele se reelegeu deputado federal em 2006. Três anos depois, foi relator do texto que previa uma reforma política, que não foi adiante. Em 2010, relatou o projeto que previu a redistribuição dos royalties do pré-sal. Em 2014, voltou à Assembleia, onde permaneceu por mais um mandato. Também retornou à vice-presidência do Inter em 2016.
A esposa dele, a jornalista Laila Pinheiro, morreu em 2013. Ibsen deixa um filho e uma neta. Até a meia-noite de sexta-feira, informações sobre velório e enterro ainda não haviam sido divulgadas. O governador Eduardo Leite informou que decretaria de luto de três dias no Estado.
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