14 DE JANEIRO DE 2020
MUNDO
Papa reafirma defesa do celibato
O papa Francisco reafirmou ontem sua defesa do celibato de padres, exceto em casos excepcionais, depois que seu antecessor, Bento XVI, pediu para não ordenar padres homens casados.
- A posição do Papa sobre o celibato é bem conhecida - disse o diretor da sala de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni.
- Em uma conversa com jornalistas ao retornar do Panamá, em janeiro de 2019, disse o papa Francisco: "Uma frase de São Paulo VI vem à mente: ?Prefiro entregar minha vida a mudar a lei do celibato?" - prosseguiu o porta-voz.
- Então (Francisco) acrescentou: "Pessoalmente, acho que o celibato é um presente para a Igreja. Não concordo que o celibato seja permitido como uma opção. Haveria algumas possibilidades, nos locais mais remotos, penso nas ilhas do Pacífico, quando há necessidade pastoral" - acrescentou Bruni, citando o Papa.
Publicação
Essa precisão do porta-voz do Vaticano ocorre um dia depois que Bento XVI, por meio de um livro, assumiu uma posição a favor do celibato dos padres.
O papa emérito, de 92 anos, que deixou o pontificado em 2013, expressou-se sobre o celibato em uma obra coescrita com o cardeal ultraconservador Robert Sarah, cujos trechos foram publicados no domingo pelo jornal francês Le Figaro.
"A semelhança das nossas preocupações e a convergência das nossas conclusões nos levaram a pôr o fruto do nosso trabalho e da nossa amizade espiritual à disposição de todos os fiéis, como fez Santo Agostinho. Como ele, podemos afirmar: Silere non possum! Não posso me calar! É urgente, necessário que todos os bispos, sacerdotes e leigos recuperem olhar de fé na Igreja e no celibato sacerdotal que protege seu mistério", afirmou.
A posição ocorre no âmbito de um debate sobre a possibilidade de ordenar padres homens casados de uma certa idade (chamados "viri probati") na Amazônia, um território onde faltam sacerdotes. Francisco tomará uma decisão nesse sentido nas próximas semanas.
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