quinta-feira, 2 de janeiro de 2020


02 DE JANEIRO DE 2020
INFORME ESPECIAL

Deep fakes, a nova preocupação para as eleições de 2020


É conhecida a influência que as fake news tiveram em eleições como a americana de 2016, a brasileira de 2018 ou no referendo do Brexit, também em 2016. Mas, agora, um número cada vez maior de especialistas alerta para a disseminação das deep fakes, informações falsas ainda mais sofisticadas, e seus possíveis impactos nos pleitos de 2020. Consistem na manipulação de áudios e de vídeos. Uma forma é inserir o rosto de pessoas em cenas em que nunca estiveram, com o objetivo de constranger e prejudicar as vítimas da fraude. Ou alterar falas, tanto algumas frases como um pronunciamento mais longo, com o mesmo propósito.

A técnica, antes mais rudimentar e utilizada, por exemplo, para adulterar trechos de filmes pornográficos, envolvendo celebridades, vem aos poucos entrando na política e, com a ajuda da inteligência artificial, evoluindo. O problema está no fato de que os vídeos modificados cada vez mais parecem reais. 

A percepção de que se trata de algo forjado fica mais difícil. Diz-se que é preciso ver para crer. Assim, as deep fakes podem ser mais convincentes. E, desta forma, mais compartilhadas em redes sociais, disseminando rapidamente informações falsas. Ainda não há consenso sobre as melhores formas de detectar e combater as fraudes.

A preocupação aumentou em função da popularização, na China, de um aplicativo capaz de fazer este tipo de manipulação. Lançado no final de agosto, por enquanto está disponível apenas por lá. Mas, se antes a falsificação era restrita a quem detinha habilidades avançadas em recursos de informática, pode agora estar mais acessível, na palma da mão, em smartphones de milhares de pessoas, nem sempre bem-intencionadas.

CAIO CIGANA - INTERINO

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