quarta-feira, 18 de dezembro de 2019



18 DE DEZEMBRO DE 2019
MARTA SFREDO

Adidas dupla no Praia de Belas

O Praia de Belas Shopping deve ter neste ano o primeiro aumento de vendas na casa de dois dígitos desde 2013:

- A Black Friday foi a maior de todos os tempos. Quase todos os lojistas bateram metas. Estamos projetando pelo menos 12% a 13% de crescimento em relação a 2018, tanto em dezembro quanto no acumulado do ano - afirma o gerente-geral, Marcelo Borba.

Uma das mudanças previstas para breve no shopping será a duplicação do espaço da loja da Adidas. Como o Internacional trocou o fornecedor de material esportivo, da Nike para a marca de origem alemã, a empresa vai transformar a unidade do Praia de Belas - um ponto de partida informal para jogos no Beira-Rio. Será uma loja-conceito da grife, chamada de flagship. A Empresa Iguatemi de Shopping Centers aumentou sua participação do Praia de Belas de 37,55% para 57,55%. Borba afirma que, como já era a controladora, nada muda na gestão do shopping.

Como o negócio envolveu uma participação de 20%, pode-se dizer que o empreendimento vale cerca de R$ 900 milhões.

Em vez de reforma, ruídos tributários


Até uma surpreendente frase do presidente Jair Bolsonaro, a barulhenta ressurreição da CPMF, ainda que em nova encarnação, havia sido esquecida. Bastou que o presidente dissesse "todas as alternativa estão sobre a mesa", ao responder a uma pergunta sobre o tributo, para desatar uma onda de inquietação no mercado financeiro e entre empresários.

Ao tentar esclarecer o que Bolsonaro quis dizer, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, foi mais hábil em confundir:

- Essas questões muito técnicas, incluindo CPMF ou coisa que o valha, ainda não estão no escantilhão do próprio presidente.

"Escantilhão", dizem os dicionários, é uma medida padrão para definir distâncias. Além da palavra desconhecida para a grande maioria dos brasileiros, o porta-voz ainda deixou aberta a porta da recriação de um tributo sobre movimentações financeiras ao afirmar que "eventualmente, pode estar sendo analisado pelo Ministério da Economia". Tudo isso ocorreu no final da segunda-feira, mas ainda ecoava ontem.

Empresários seguem irredutíveis: nem o discurso do ministro da Economia, de que a CPMF "ou coisa que o valha" seria usada para reduzir os ônus sobre a folha de pagamento os comovem. Rejeitam o tributo sobre movimentações financeiras de forma absoluta. O "ruído da CPMF", como o episódio de segunda-feira ficou conhecido no mercado, nem havia sido totalmente abafado, e veio novo barulho das bandas da Economia. A assessora especial e secretária-executiva do grupo de reforma tributária da pasta, Vanessa Canado, disse ontem que há planos para elevar a tributação sobre os mais ricos no Brasil. Mas ressalvou que será feito de forma a evitar fuga de fortunas do país. 

A reforma tributária é umas das prioridades em 2020. Existe uma unanimidade e até a consciência dos contribuintes de que não é possível diminuir a carga tributária no Brasil. Em vez de produzir sons dissonantes, a equipe deveria se concentrar em tentar atender a expectativa de 10 entre 10 brasileiros: reduzir ao menos a burocracia e o cipoal de regras para pagar impostos no Brasil. Já passou da hora.

MARTA SFREDO

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