segunda-feira, 22 de julho de 2019


22 DE JULHO DE 2019
CHAMOU ATENÇÃO

Passeio guiado aborda lendas urbanas da Capital


A historiadora Marília Blanco falava sobre as lendas envolvendo o misterioso Castelinho do Alto da Bronze, uma das edificações mais intrigantes do centro histórico de Porto Alegre, quando foi interrompida por uma voz feminina.

- Eu morei aí - gritou Thaís Meditsch, uma das cerca de cem pessoas que participaram da edição de sábado do Viva o Centro a Pé, projeto que promove visitas guiadas gratuitas pela região e teve como tema, neste fim de semana, as lendas urbanas da Capital. Os passeios ocorrem aos sábados, às 10h.

Entre as histórias abordadas pelo evento, a do Castelinho talvez seja a mais notável, dada a extravagância da arquitetura do prédio fincado em uma lomba na Rua Vasco Alves: conta-se que um homem, apaixonado por uma jovem de 18 anos, levantou um castelo medieval para agradar a ela. Depois de a conquistar, teria trancado a princesa em uma masmorra úmida e escura no último andar, como uma Rapunzel - num caso que, conforme discutiu-se no passeio, ajuda a traçar a realidade da sociedade, dos relacionamentos e do (des)respeito à mulher na época.

Thaís, que morou ali entre 1962 e 1969, descreve a edificação por dentro: todo de pedra, com janelas minúsculas, mas espaços imponentes internamente, pelo menos em suas memórias de infância.

Depois, a multidão foi levada à famosa Rua do Arvoredo, a atual Fernando Machado. Lá, a turma conheceu o casebre do casal José Ramos e Catarina Palsen, a quem é atribuído o assassinato de uma série de pessoas no século 19. As vítimas eram esquartejadas e levadas a um açougue, onde seriam transformadas em linguiça.

GUSTAVO FOSTER

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