sábado, 20 de julho de 2019


20 DE JULHO DE 2019
MÁRIO CORSO

Sensação de idade

Enfim uma boa notícia vinda de longe, dos astros. Porém largue dos astrólogos, o certo é contratar astrônomos quânticos. Esqueça a barafunda de signos, a confusão dos ascendentes, descendentes e periclitantes. Concentre-se na verdadeira e correta ciência atual: a temporalidade cósmica.

Esses dias, um sábio astrônomo de minha confiança, mediante uma módica quantia, refez os cálculos da minha idade. Ele descobriu que, devido a uma perturbação no espaço-tempo, causada pela gravidade oscilante de alfa centauro, acrescentada de uma inesperada chuva de bósons-phi solares na década passada, e um giro da inclinação do nosso planeta devido ao magnetismo de Vênus, abriu-se um vórtex espaço-temporal que acelerou negativamente meu tempo solar.

Na verdade verdadeira, eu tenho apenas 42 anos reais, no máximo uns 45. Prefiro o primeiro cálculo. Como eu sei que a estimativa dele está certa e não a matemática do cartório? Elementar, pois é como me sinto. Finalmente alguém, cientificamente calçado, entendeu meu problema e me deu uma luz. Afinal, a minha opinião sobre mim mesmo é o que realmente importa.

Em resumo, esqueça a certidão de nascimento e foque-se na "sensação da idade", agora ela tem respaldo científico. Largue esses calendários antiquados, que não levam em conta a relatividade molecular, o carbono 14 e o quadrante das luas de Júpiter. Desista dessa bobagem de aniversários terrenos. Você é filho da Via Láctea, por que essa fixação absurda na circunvolução solar?

Aposente o espelho, esse errático, malévolo e altamente perverso instrumento da objetividade ilusória. Esqueça as fotografias mentirosas que captam apenas a luz deste planeta, e não a energia fractal holística do universo, portanto nos fornecem imagens distorcidas e parciais. Concentre-se e repita mil vezes o mantra: o que importa é a idade que sentes que tens.

Temos, entretanto, o pequeno problema do nosso corpo se deixar levar pelas antigas crenças, ser viciado na ciclotimia solar. É a força do hábito, é difícil fazer esta nossa carcaça teimosa entender que a realidade é outra. Portanto, resta o drama de ficarmos presos a esses corpos supostamente envelhecidos, que se recusam a admitir nossa idade correta.

Mas essa é uma luta de todos. Com união, confiança, pensamento positivo, terapia vibracional e astrônomos da temporalidade cósmica, saberemos contornar a ditadura da equivocada e ultrapassada cronologia biológica que nos assujeita. Vamos assumir as rédeas e mostrar a esse corpo birrento com quantos chakras se faz uma aura.

E você caro leitor, qual é a idade que você sente que tem?

MÁRIO CORSO

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