sexta-feira, 6 de agosto de 2010


DIVULGAÇÃO/JC

Economia, política, jornalismo, vida, paixão e muitas coisas

Convém sonhar, da consagrada colunista e jornalista mineira Miriam Leitão, radicada no Rio de Janeiro desde 1986, traz 127 textos organizados e apresentados por Débora Thomé.

A maior parte deles foi extraída da coluna Panorama Econômico que se tornou Coluna Miram Leitão, graças ao talento e ao trabalho da jornalista, que, desde 1991, assina coluna diária em O Globo e faz comentários de economia para a TV Globo, a rádio CBN e tem ainda um programa na Globonews.

Alguns trabalhos, como acontece quase sempre no jornalismo, foram escritos no calor da hora e outros foram fruto de semanas de apuração, análise, obstinação e cuidado de Miriam, que nasceu num 7 de abril, Dia do Jornalista, e que há mais de 30 anos é apaixonada pela profissão.

Muitos textos revelam emoções profundas motivadas por memórias pessoais, indignação com nossa realidade brutal; e outros foram elaborados a partir de análises precisas de fatos recentes da história social, política e econômica do Brasil e do mundo.

Há muitos anos os leitores pediam uma compilação das colunas mais marcantes de Miriam e o resultado é muito bom. Mãe de dois filhos, ela tem dois netos e um enteado, é casada com Sérgio Abranches e, nesses trabalhos escritos ao longo de quase 20 anos, trata com clareza, objetividade e emoção jornalística sobre mensalão, jovens, telefones, jornalismo, família, Brasil, Bush, Obama, mulheres, Machado de Assis, sonhos, Rio de Janeiro, Paris, consumidores, Covas, Tim Lopes e tantas outras facetas da vida.

O grande mérito de Miriam premiada, entre outros, com o prestigiado Maria Moors Cabot Prize, conferido pela Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, é mesclar habilmente paixão, razão, emoção, pesquisa, apuração e observação do que se passa nas ruas nas suas colunas que passaram a fazer parte do cotidiano de tantos brasileiros.

Apesar de todas as notícias e do jeito que o mundo e que as pessoas estão, Miriam, vivida, sábia e esperançosa, não se esqueceu das palavras de seu tio Nathanael, no enterro de seu pai, Uriel, em 1998, e segue sonhando feito ele. Sonhos são por vezes a maior herança que a gente recebe da família, dos amigos e do mundo. Sem sonhos, palavras, histórias, amor, família e poesia não dá. Se der, aí não vale a pena.

Guimarães Rosa disse que as pessoas não morrem, ficam encantadas. Jorge Luis Borges disse pouco antes de morrer que o mais importante é sonhar. Bons sonhos, bons textos, longa vida, Miriam! Record, 504 páginas, mdireto@record.com.br.

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