22 DE ABRIL DE 2023
FLÁVIO TAVARES
OS RIVAIS IGUAIS
Já pensaram se, para caminhar mais rápido, fosse proposto dar um passo com as duas pernas ao mesmo tempo? Seria absurdo, tal qual fez o presidente Lula da Silva ao dizer que Rússia e Ucrânia são igualmente responsáveis pela guerra que já dura mais de um ano.
Comparar o agressor russo à agredida e invadida Ucrânia é uma forma direta de declarar-se a favor do invasor. Lula quis imitar os cangurus, que vão adiante saltando com ambas as pernas, mas cometeu um absurdo e se igualou ao antecessor e rival, Jair Bolsonaro. Só faltou visitar Putin no Kremlin?
Neste tema, serão iguais os rivais?
A repercussão negativa da desastrada visão do presidente do Brasil o levou, dias depois, a dizer o contrário, mas em discurso lido, redigido por assessor, no qual não se desgrudou do papel, mostrando que apenas lia, tal qual um papagaio repetidor.
A invasão da Ucrânia é a mais perigosa agressão da História, podendo transformar-se numa guerra nuclear, como já insinuou Putin. Mesmo assim, Lula recebeu com honras o chanceler russo, Serguei Lavrov, um dos ministros mais íntimos do chefe do Kremlin.
A imensa e poderosa Rússia é um país em guerra contra a pequena Ucrânia e, nessas circunstâncias, receber em Brasília o ministro de Relações Exteriores do país invasor significa amparar o agressor.
A invasão russa à Ucrânia é a mais tétrica guerra de todos os séculos, pois envolve uma potência com armas nucleares. Além disso, a Ucrânia se abastece de energia por centrais atômicas que, até agora, não foram bombardeadas, mas que podem (até por descuido ou erro) ser atacadas, disseminando o horror nuclear.
Quantas Hiroshimas significaria o bombardeio ocasional de uma única usina atômica da Ucrânia? Tudo é incalculável nesta guerra, até mesmo a semelhança, aqui no Brasil, da visão sobre o conflito dos rivais Lula e Bolsonaro?
O terror vandálico de 8 de janeiro concluiu-se só agora com a demissão do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias. Não fosse, porém, a liberdade de informar, continuaríamos desconhecendo que o general-ministro do GSI nada fez para conter os terroristas que invadiram o Palácio do Planalto. As imagens divulgadas por uma emissora de TV mostraram até militares do GSI dando água mineral aos terroristas.
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