sábado, 15 de abril de 2023


15 DE ABRIL DE 2023
PÓS-CREDITOS

7 FILMES IMPERDÍVEIS DO FANTASPOA

Já começou a 19ª edição do Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre, o Fantaspoa, principal evento na América Latina para filmes de fantasia, ficção científica, suspense e terror (mas não só esses gêneros: há também comédias, musicais e animações). Até o dia 30 de abril, serão exibidos 85 longas- metragens e 87 curtas, vindos de vários cantos do mundo, em quatro salas de Porto Alegre: Cinemateca Capitólio, Instituto Ling, Sala Paulo Amorim e Sala Redenção (confira a agenda em fantaspoa.com/programacao). Se você não tem tempo (ou mesmo disposição) para tanto, aqui está a primeira leva de filmes imperdíveis:

JARDIM LUNAR (EUA, 2022)

De Ryan Stevens Harris. O diretor levou seis anos para produzir esta mescla de filmagens em 35mm, sequências de animação stop-motion e trucagens cinematográficas. O roteiro poderia ser menos explicativo, mas há belas virtudes neste conto de fadas sombrio sobre uma menina de cinco anos, Emma (a encantadora Haven Lee Harris, filha do cineasta), que, em meio a mais uma briga dos pais (Augie Duke e Brionne Davis), sofre um acidente e entra em coma. Então, a garotinha embarca em uma jornada interior por cenários ora industriais, ora lunares, na qual vai deparar com personagens ora ameaçadores, ora acolhedores. Esses cenários e esses personagens são tanto reflexos das situações da vida real quanto frutos de sua imaginação - ou talvez do seu desejo de que os pais se reconciliem. Tudo é pontuado pela melancólica trilha sonora composta por Michael Deragón, que por vezes funde sua música com a canção Without You (1971), sucesso de Harry Nilsson.

Sessões na Cinemateca Capitólio, no dia 26/4, às 16h30min, e no dia 30/4, às 13h

TERCEIRA GUERRA MUNDIAL (Irã, 2022)

De Houman Seyyedi. Foi o selecionado do Irã para o Oscar internacional e ganhou dois prêmios na mostra Horizonte do Festival de Veneza: melhor filme e melhor ator (Mohsen Tanabandeh). Shakib, um sem-teto de meia-idade que mantém uma espécie de relacionamento com uma prostituta surda e muda (Mahsa Hejazi), vira operário em um canteiro de obras que vai se transformar no cenário de um filme sobre as atrocidades da Segunda Guerra Mundial. Por incidentes fortuitos e por cair na simpatia do diretor, ele acaba escalado para substituir o ator que faria o papel de Adolf Hitler. Com essas tintas, Terceira Guerra Mundial faz um retrato das relações de poder, misturando as cores do absurdo e do abuso, e uma analogia dos campos de concentração nazistas, fazendo jus à epígrafe dos créditos de abertura: "A História não se repete, mas costuma rimar", uma frase atribuída ao escritor estadunidense Mark Twain. O roteiro é uma peça de ourivesaria: até os pequenos detalhes, supostamente desimportantes, vão ter um peso tremendo.

Sessões na Sala Paulo Amorim, neste sábado, às 17h30min, e no dia 19/4, às 15h30min

O TIO (Croácia, 2022)

De David Kapac e Andrija Mardesic. É como se fosse uma cruza de Feitiço do Tempo (1993), aquela comédia em que Bill Murray é condenado a reviver o mesmo dia indefinidamente, com os perturbadores filmes de Michael Haneke. Aparentemente, estamos no final da década de 1980, quando a Croácia ainda integrava a Iugoslávia, país que se dissolveu em várias repúblicas a partir do início dos anos 1990. Acompanhamos uma família - o pai (Goran Bogdan), a mãe (Ivana Roscic) e o filho (Roko Sikavica) - nos preparativos para um jantar de Natal, no qual terão como convidado o tio (Predrag "Miki" Manojlovic, assombroso) vindo da Alemanha. O que começa em um tom de humor esquisito e incômodo (o tio trata o sobrinho, que já tem seus 20 e tantos anos, como um adolescente imberbe e, lascivamente, compara a mulher da casa com Sophia Loren) vai ganhando contornos mais sinistros à medida que essa situação se repete, dia após dia. Mas por que essa situação se repete? O que explica alguns anacronismos? Quais são as reais intenções de todos os personagens? Desde já, O Tio é um dos filmes mais envolventes e intrigantes não só do Fantaspoa, mas do ano.

Sessões na Cinemateca Capitólio, no dia 16/4, às 14h45min, e no dia 19/4, às 16h30min

AS BESTAS (Espanha, 2022)

De Rodrigo Sorogoyen. Este eu ainda não vi, mas entra na lista por ter conquistado nove categorias no Goya, o prêmio da Academia Espanhola: melhor filme, direção, ator (Denis Ménochet), ator coadjuvante (Luis Zahera), roteiro original, fotografia, edição, som e música. A sinopse diz: Vincent (Ménochet) e Olga (Marina Foïs) são um casal francês que vive em uma aldeia no interior da Galícia. Lá, eles levam uma vida tranquila, cultivam vegetais e reabilitam casas abandonadas, embora sua convivência com os moradores locais não seja tão amistosa quanto desejam. Sua recusa em implementar um parque eólico acentuará os desacordos com os vizinhos, sobretudo os irmãos Xan e Lorenzo.

Sessões na Sala Paulo Amorim, no dia 18/4, às 19h30min, e no dia 29/4, às 19h30min

PÓS-CREDITOS

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