04 DE ABRIL DE 2020
INFORME ESPECIAL
O ministro que respondeu a Bolsonaro com um silêncio gritante
Ouvir bronca do chefe nunca é bom. Ainda mais quando o chefe é o presidente da República. Nos últimos dias, só cresce a minha admiração pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Depois de ouvir Jair Bolsonaro atacá-lo, dizendo que lhe falta humildade, o principal gestor público da crise no Brasil respondeu com o silêncio. Se fosse mesmo vaidoso, teria pedido as contas, criado uma baita instabilidade no governo e enfraquecido ainda mais o presidente. Mas não. Mandetta parece ter a consciência exata de que não pode desperdiçar energia com o chefe destrambelhado. Há missões mais importantes nas quais investir energia agora.
Paulo Guedes, muitas vezes, adota a mesma postura. Deixa o presidente falar e faz o que tem de fazer. Assim, o governo brasileiro vai se defendendo. Do próprio presidente, cada vez mais desconectado da realidade e, com isso, gerando críticas fora do círculo delimitado pela paranoia palaciana: petistas, comunistas, mídia, ateus e todos os que discordam dele, qualificados randomicamente de petistas, comunistas, mídia ou ateus, mesmo que não sejam. O mundo está assombrado com o destempero do presidente do Brasil.
O ministro Mandetta é a grande surpresa positiva do governo. Une conhecimento científico a uma grande habilidade política. Se comunica bem, mostra empatia e tem liderança. Mais do que isso, demonstra uma elogiável capacidade de calar.
A história da empresa do RS que renasceu depois de ser quebrada pela pandemia
Essa é a história de uma virada histórica - o jogo perdido se transformou em vitória quando quase ninguém mais acreditava. No sábado, Milton Roberto Petry estava quebrado. Decidira demitir, na primeira onda, metade dos seus funcionários. Todos já haviam sido colocados em férias. Na quarta-feira, tinha mais de 200 mil peças encomendadas. A Para Evento, empresa situada na zona norte de Porto Alegre, fabrica pastas e mochilas para congressos e eventos. Fabricava, porque a pandemia interrompeu completamente os negócios.
Há 15 dias, no fim de semana, Petry entrou sozinho na sua indústria vazia. Olhou em volta, ouviu o silêncio e teve a ideia: reconverter a produção. Projetou uma máscara simples de tecido e também as modificações que teria de fazer nos equipamentos. Precisaria de duas novas navalhas de aço.
A corrente do bem se formou. Amigos de duas indústrias de Novo Hamburgo abriram suas fábricas especialmente para atender ao pedido. Na quarta-feira, a Para Evento trabalhava com força máxima, alimentando uma rede de mais de 200 colaboradores - cerca de 50 diretos e de 150 indiretos.
Além das vendas, Roberto tem destinado uma parte considerável da produção de máscaras para doações. Hoje, ele chega às 6h da manhã na fábrica e só sai à noite, sete dias por semana. É certo que nem todas as indústrias têm condições, pela natureza das suas configurações, de fazer o mesmo. Apesar disso, a velocidade das decisões, o uso da rede de contatos, o sentido social e o senso de oportunidade são inspirações que nos servem de farol. Petry cita uma frase do tenista norte-americano Arthur Ashe para explicar o seu sucesso: "Comece onde você está, use o que você tem e faça o que você pode".
A história da empresa do RS que renasceu depois de ser quebrada pela pandemia
Essa é a história de uma virada histórica - o jogo perdido se transformou em vitória quando quase ninguém mais acreditava. No sábado, Milton Roberto Petry estava quebrado. Decidira demitir, na primeira onda, metade dos seus funcionários. Todos já haviam sido colocados em férias. Na quarta-feira, tinha mais de 200 mil peças encomendadas. A Para Evento, empresa situada na zona norte de Porto Alegre, fabrica pastas e mochilas para congressos e eventos. Fabricava, porque a pandemia interrompeu completamente os negócios.
Há 15 dias, no fim de semana, Petry entrou sozinho na sua indústria vazia. Olhou em volta, ouviu o silêncio e teve a ideia: reconverter a produção. Projetou uma máscara simples de tecido e também as modificações que teria de fazer nos equipamentos. Precisaria de duas novas navalhas de aço.
A corrente do bem se formou. Amigos de duas indústrias de Novo Hamburgo abriram suas fábricas especialmente para atender ao pedido. Na quarta-feira, a Para Evento trabalhava com força máxima, alimentando uma rede de mais de 200 colaboradores - cerca de 50 diretos e de 150 indiretos.
Além das vendas, Roberto tem destinado uma parte considerável da produção de máscaras para doações. Hoje, ele chega às 6h da manhã na fábrica e só sai à noite, sete dias por semana. É certo que nem todas as indústrias têm condições, pela natureza das suas configurações, de fazer o mesmo. Apesar disso, a velocidade das decisões, o uso da rede de contatos, o sentido social e o senso de oportunidade são inspirações que nos servem de farol. Petry cita uma frase do tenista norte-americano Arthur Ashe para explicar o seu sucesso: "Comece onde você está, use o que você tem e faça o que você pode".
TULIO MILMAN
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