sexta-feira, 21 de agosto de 2015



Síndrome de Down na NY Fashion Week


Notícia ótima. O mundo definitivamente quer ser inclusivo e está pronto para assistir a uma jovem australiana, modelo com síndrome de Down, desfilar em 13 de setembro na New York Fashion Week para a grife FTL Moda, com apoio da Christopher & Dana Reeve Foundation, que auxilia pessoas com graves problemas de coluna e neurológicos. Melhor essa notícia do que as fofocas sobre a separação de Gisele Bündchen e o noticiário político-econômico que anda nos indignando diariamente. Há esperança e coisa boa no planeta.

Madeline Stuart, nascida em Brisbaine, tem 18 anos e síndrome de Down. Assim se apresenta Maddy em seu site. Conta que, em menos de 14 meses, estava acima do peso e resolveu mudar o seu estilo de vida com reeducação alimentar. Hoje, é dançarina, líder de torcida, pratica basquete, críquete e natação. Em menos de um ano, participou de duas campanhas para grifes de roupas. Segundo a mãe, Rosanne, Maddy se ama, não julga os outros, gosta de pessoas e de música pop, de dançar e atuar e quer conhecer Lady Gaga.

Em entrevista para a Cosmopolitan, Rosanne disse que não se deve julgar um livro pela capa, que a filha lutou muito pelos seus sonhos, que ser modelo é divertido e tudo, mas que, antes de tudo, é um veículo para divulgar a mensagem em favor de carinho e amor pelas pessoas que são um pouco diferentes e que têm necessidades especiais. "Eu sou uma modelo e espero que meu trabalho ajude a mudar a forma como a sociedade enxerga as pessoas com deficiência. A visibilidade cria consciência, aceitação e inclusão", escreveu Maddy em sua página no Facebook.

É cedo para saber até onde ela vai chegar, se vai ser atriz como Jamie Brewer, que também tem Down, cantora, escritora ou seguir carreira de modelo. O certo é que, nesse pouco tempo, já fez muito por si e por milhões de pessoas no mundo que sofrem com problemas semelhantes. E faz também por pessoas que não têm dificuldades tão grandes e que podem se inspirar no exemplo dela para deixar uns quilos, uns desânimos e umas acomodações para trás e irem à luta por uma vida com mais qualidade, amor, alegria e menos discriminação.

Pois é, Maddy, agora a curiosidade é saber se vais ser uma modelo "séria", sem sorrisos, magrela, devoradora de folhas de alface ou se vais continuar a ser essa menina sorridente, fofinha, espontânea e curvilínea. Será que vais quebrar mais paradigmas? Antes pedias e agora ainda pedes, Maddy, abraços para tua mamãe. 

Agora, muita gente está te abraçando nas redes sociais, no Central Park, nas praias da Califórnia e onde fores. O melhor da vida é o abraço. Especialmente o da mãe. Tu sempre soubeste disto. Deus siga te iluminando e permitindo que consigas fazer muito mais por ti, por tantas pessoas e por um mundo que respeite as diferenças. E quem, afinal, não é diferente, não é Maddy? Então, respeito, amor, carinho e delicadeza geral. É o que o mundo precisa. Agora. A propósito...

Disse a mãe de Maddy: "Nós queremos continuar a trabalhar com pequenas companhias, de caridade ou startups, para que possamos continuar a ajudar as pessoas. Nós realmente acreditamos na inclusão, isso significa todo mundo, desde que esteja de acordo com nossas crenças e costumes". É isso. Tomara que o exemplo de Maddy se multiplique por aí, que as diferenças desfilem plural e democraticamente em todas as passarelas, num mundo definitivamente inclusivo. E tomara que as emoções, o afeto, os sorrisos, o amor puro e a delicadeza de Maddy não se percam pelos ralos do materialismo e do consumismo que andam por aí. 

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