quinta-feira, 31 de outubro de 2019


31 DE OUTUBRO DE 2019
DÉFICIT DE R 20,4 BI

Governo central tem melhor setembro em quatro anos

As contas do governo federal registraram, em setembro, déficit de R$ 20,4 bilhões, informou ontem o Tesouro Nacional. Embora negativo, o dado é o melhor observado para o mês em quatro anos.

O alívio no resultado foi proporcionado por aumento na arrecadação, principalmente de dividendos. Em setembro, o governo recebeu R$ 3 bilhões da Caixa Econômica Federal e R$ 1,8 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O número do governo central engloba os resultados do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central. No acumulado de janeiro a setembro, o déficit nas contas do governo federal está em R$ 72,5 bilhões.

Mesmo com a autorização para encerrar o ano com rombo de R$ 139 bilhões, valor da meta fiscal para 2019, o governo vem enfrentando aperto. A lenta evolução da economia e a frustração de receitas obrigou o Ministério da Economia a travar parte dos recursos previstos inicialmente para os ministérios.

O bloqueio de verbas, que chegou a ultrapassar R$ 30 bilhões, gerou dificuldades na operação da máquina pública e comprometeu serviços, como a suspensão de bolsas de estudos. Após liberações parciais nos últimos meses, o total de recursos discricionários travados está agora em R$ 17,1 bilhões.

Apesar das dificuldades, o Tesouro afirma que a perspectiva para este ano é de que o resultado das contas públicas seja melhor do que o valor estabelecido na meta. Entre os fatores que devem levar a essa situação estão os leilões de petróleo, a dificuldade de ministérios em gastar recursos, saldo mais positivo do que o esperado para as estatais e o atraso na entrada de Estados no programa de socorro do governo federal.

O Tesouro Nacional pondera que o governo central deve voltar a ter resultados positivos apenas em 2022 ou 2023. "Um passo importante foi dado com a aprovação da reforma da Previdência, mas faz-se necessário ainda uma reforma administrativa e uma redução do excesso de vinculações do orçamento", afirma em nota.

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