segunda-feira, 27 de junho de 2011



27 de junho de 2011 | N° 16742
DAVID COIMBRA - ESPECIAL


A homenagem do Grêmio ao Sala

Ahomenagem que prestamos hoje aos 40 anos do Sala de Redação, nós, os colunistas da Zero fardados de anos 70, camisas com cores berrantes, calças com bocas de sino, nossos dedos em V de paz e amor, nossos cabelos com caracóis, essa homenagem vem bem a calhar para os tempos em que vive o Grêmio.

O Grêmio voltou aos anos 70.

Sua diretoria, como quase todas as diretorias daquela época, não se contenta em ser apenas inoperante; é também iludida com uma grandeza que o clube não desfruta mais.

Seu técnico, como ocorreu com Foguinho, o grande Oswaldo Rolla, é um ídolo que está prestes a ter o currículo manchado pelo feio borrão do fracasso.

Seu time é um dos piores do Brasil, cheio de promessas que não se realizam e desculpas que não convencem. É um time que joga no ritmo dos anos 70, devagar, bocejando, encarando a derrota sem reclamar.

A derrota de ontem para o Botafogo foi uma derrota do time dos anos 70.

Aquele que supostamente é o melhor do grupo, Douglas, é, na verdade, o maior armador do Brasil: armador de contra-ataque. Douglas é um Alexandre Tubarão, o meia habilidoso e lento que, em 1976, entrou no time jurando que seria um maestro e saiu provando que era um coveiro.

Rafael Marques, o protegido de Renato, é um Beto Fuscão: sempre mostra desenvoltura no ataque, sempre mostra defeitos na defesa. Mas o pior da sua escalação não é o seu desempenho: é que tira da equipe uma afirmação, uma joia das categorias de base, Saimon, que havia arrumado a defesa e que agora perde a confiança adquirida em campo sentado nas sombras do banco de reservas.

Fernando é um Jerônimo, o pachorrento centromédio que em meados dos anos 70 parecia jogar com a mão nos bolsos do calção.

E o ataque, qualquer um do ataque, pode ser um Nenê, um Loivo, um Carlinhos. A escolher.

Para arrematar, as esperanças da direção recaem sobre André Lima e Leandro. É só olhar para eles e ver: lá estão Alcino e Zequinha, atacantes quase decisivos, quase goleadores, quase bons.

O Grêmio, para desespero do torcedor, também faz sua homenagem ao Sala de Redação.

Como se fosse há 40 anos

Falcão estava colocando a cabeça encaracolada para fora do time de juniores do Inter quando o Sala de Redação começou, em 1971.

Agora, no dia do aniversário de 40 anos do Sala, Falcão comemora aquele que talvez seja o seu melhor desempenho como técnico, justamente do Inter.

O 4 a 1 no Figueirense foi convincente. O Inter jogou como se fosse um time de Falcão. Do Falcão camisa 5, de passadas longas e queixo erguido. Do Falcão craque de bola.

Há 40 anos era aquele Falcão que começava.

Hoje, pode ser um recomeço do novo Falcão.

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