20 DE AGOSTO DE 2019
COMUNICAÇÃO
Eduardo Leite descarta conceder a TVE
Proposta formulada durante o mandato de José Ivo Sartori (MDB) e cercada de desconfiança, a concessão da TVE e da FM Cultura à iniciativa privada está fora dos planos do governador Eduardo Leite (PSDB). Sob o guarda-chuva da Secretaria de Comunicação desde o encerramento das atividades da Fundação Piratini, as emissoras serão reformuladas, oferecendo nova grade de programação administrada em parceria com a Secretaria da Cultura.
- Nem cheguei a me aprofundar nesse plano (de concessão). A TVE é TV pública, educativa e cultural e assim tem de continuar sendo - afirma a secretária de Comunicação, Tânia Moreira, que já foi diretora da emissora.
As mudanças nos programas têm sido discutidas com discrição. No início do mês, projeto preliminar foi apresentado a Tânia pelo diretor da TVE, Caio Klein, mas a jornalista pediu alterações.
Tânia e a secretária da Cultura, Beatriz Araujo, tiveram três reuniões sobre a TVE. Elas esperam entregar a nova grade a Leite e anunciá-la ao público neste ano.
- A ideia é que a Cultura contribua e faça gestão compartilhada de conteúdo. Ainda estamos conversando - diz Beatriz.
Demissões
O trabalho passa pela análise dos contratos mantidos pela extinta fundação para desenredar entraves jurídicos deixados com o fim da instituição. Um dos mais sensíveis envolve a concessão do terreno onde funcionam os canais, no Morro Santa Tereza, na Capital, vencida desde outubro de 2016.
Proprietária da área, a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) concede o local ao Estado mediante contrato de cessão de uso sem ônus. Em troca, a TVE repassa produções locais para a transmissão nacional.
Klein foi a Brasília, em abril, pedir a prorrogação do documento por cinco anos. Agora, a secretaria aguarda o retorno da EBC - ZH buscou posicionamento da empresa, mas não teve retorno.
Para os próximos anos, o Estado pretende transferir as emissoras para novo endereço, ainda indefinido. Na mudança, está o temor sobre o futuro da EBC, alvo de ameaças de fechamento do presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Por ora, a empresa segue funcionando.
Desde o início do processo de extinção da fundação, em 2016, as emissoras têm passado por esvaziamento. Cerca de 80 funcionários foram desligados ou se demitiram no período e 160 seguem vinculados à TVE e à FM Cultura. Hoje, cinco programas são produzidos localmente (Radar, Estação Cultura, Frente a Frente, Consumidor Em Pauta e Panorama).
DÉBORA ELY
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