13 DE SETEMBRO DE 2017
INFRAESTRUTUA
Padilha frustra expectativa sobre a BR-116
LIBERAÇÃO DE VERBA para duplicação, pedida por prefeitos gaúchos que estão em Brasília, foi considerada difícil pelo ministro da Casa Civil
Em um périplo por Brasília em busca de recursos para a BR-116, prefeitos da zona sul do Estado receberam notícias pouco animadoras. A primeira reunião da comitiva ocorreu na Casa Civil, ontem à noite. O ministro Eliseu Padilha reconheceu a importância da obra e prometeu contribuir com a mobilização política, mas expôs as limitações do orçamento.
- O ministro foi muito claro e sincero, nos deu uma perspectiva de conseguir algum aumento de orçamento este ano, mas este recurso será disputado pelo Brasil inteiro. A grande luta ainda é sobre o orçamento de 2018 - explicou a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB).
Ao todo, 10 chefes de Executivos municipais e vices viajaram a Brasília para pressionar pela liberação de dinheiro para a obra. No encontro com Padilha, também compareceram cinco integrantes da bancada gaúcha no Congresso. Hoje, a comitiva tem reunião no Ministério dos Transportes, e ainda tenta fechar agenda no Ministério do Planejamento.
PRETENSÃO É GARANTIR R$ 300 MILHÕES ANUAIS
Iniciada em 2012, a duplicação da BR-116 tinha previsão de ser finalizada em 2015, mas segue até hoje em ritmo lento e sem prazo para acabar. A obra foi orçada em pouco mais de R$ 1 bilhão. Cálculos atualizados indicam que ainda seriam necessários em torno de R$ 650 milhões para a conclusão.
Para o ano que vem, a bancada gaúcha na Câmara se comprometeu a destinar entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões para o empreendimento por meio de emendas impositivas. A tentativa, agora, é ampliar a parcela do governo federal, que atualmente reserva R$ 65 milhões para a BR-116 e o contorno de Pelotas.
- O que a União está prevendo é muito pouco, nós temos uma meta de chegar a R$ 300 milhões por ano (incluindo as emendas impositivas), para conseguirmos chegar perto de finalizar a duplicação em 2019 - explicou o deputado federal Afonso Hamm (PP), que acompanha a comitiva de prefeitos em Brasília.
Segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a obra da BR-116, entre Guaíba e Pelotas, está 60% concluída. Mas a construção evoluiu de forma descontínua, o que impede a liberação dos trechos novos. Além do prejuízo econômico, os prefeitos estão preocupados com os acidentes de trânsito.
- Pela BR-116, passa 75% da economia do Rio Grande, e para a nossa região, onde dependemos principalmente do setor do agronegócio, isso representa perdas imensuráveis. Sem falar que a região clama por esta duplicação em razão das perdas de vidas - ressaltou o presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul e prefeito de Jaguarão, Favio Telis.
matheus.schuch@gruporbs.com.br
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