De R$ 7 bilhões disponíveis para inovação na Finep, 6% foram contratados em 2017
Paulo Fehlauer/Folhapress | ||
Marcos Cintra, presidente da financiadora ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia |
A Finep, financiadora ligada ao MCTI (ministério de ciência e tecnologia), possui R$ 7 bilhões disponíveis para projetos privados de inovação no Brasil, mas somente R$ 450 milhões foram contratados até maio, diz o presidente Marcos Cintra. "Neste mesmo período do ano passado, tínhamos [emprestado] R$ 1,3 bilhão", afirma Cintra.
Além do quadro econômico negativo, que desestimula a demanda por crédito, o uso da TJLP, hoje em 7,5%, tem um impacto negativo, segundo Cintra.
Somada ao spread da própria Finep, que varia de 1,5% a 5%, e às fianças bancárias, a taxa sobe para até 16%. "O mercado de inovação de longo prazo não comporta uma taxa tão elevada."
Há duas propostas nas mãos do ministro do MCTI, Gilberto Kassab, para tornar o crédito mais atrativo, diz Cintra. A primeira é passar a indexar os empréstimos da financiadora à TR, hoje em 2%. A outra é que o FNDCT (fundo do setor) deixe de ser contábil e se torne financeiro.
"Hoje, a receita não alocada ao orçamento não é capitalizada. Ela fica na Conta Única do Tesouro para fazer superavit primário." Em 2017, a Finep prevê arrecadar R$ 4 bilhões para projetos cujos recursos não serão reembolsados. Desse montante, só R$ 650 milhões, ligados a contratos anteriores, deverão ser liberados, diz ele.
"Nos últimos 15 anos, foram arrecadados quase R$ 70 bilhões e liberados só R$ 20 bilhões. Se os recursos tivessem sido capitalizados, o fundo teria um saldo de mais de R$ 40 bilhões." Outra proposta é tornar a Finep uma instituição financeira, o que lhe permitiria captar no mercado ou no exterior, afirma Cintra.
Seguro saúde empresarial sobe mais que a inflação
A maioria (81%) das empresas tiveram aumentos de gastos com seguro saúde acima da inflação nos últimos 12 meses, aponta pesquisa da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos).Para 44,5% das companhias, os dispêndios com os planos dos empregados e seus dependentes cresceram mais que o dobro do IPCA.
As empresas precisam começar a orientar os seus funcionários a usar os planos, afirma Luiz Edmundo Rosa, diretor da associação. "A maioria das companhias já adotou o seguro com sistema de coparticipação, em que o funcionário paga uma parte dos atendimentos, mas mesmo isso não tem sido eficaz para reduzir o número de exames", diz ele.
Na década passada, gasto com a saúde passou a educação e se tornou o segundo maior para as empresas, atrás da folha de pagamentos.
O Brasil tem 31,6 milhões de beneficiários de planos de saúde suplementar ligados a empresas (ou seja, funcionários ou dependentes. Esse é o grupo com maior representatividade entre os segurados, segundo a ANS.
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O faturamento da indústria brasileira de componentes para calçados, couro e artefatos subiu 9% no acumulado do ano até maio, de acordo com a Assintecal (que representa o setor).
A receita nos cinco primeiros meses de 2017 foi de US$ 2,3 bilhões (R$ 7,6 bilhões), segundo a entidade. A projeção é que o crescimento até o fim deste ano chegue a 12%, diz Ilse Biason, superintendente da Assintecal. "Nosso aumento está baseado em mais exportações, até pela instabilidade do mercado interno, e em produtos de maior valor agregado."
Até maio, o valor das vendas externas chegou a US$ 282,3 milhões (R$ 934 milhões), uma alta de 8,7% em relação a 2016. A entidade prevê um crescimento da demanda dos países asiáticos, sobretudo de China, Tailândia e Hong Kong.
"A Ásia produz 82% dos calçados no mundo. Temos trabalhado não apenas em modos de aumentar o volume vendido para o continente, mas também na interlocução com os importadores."
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