segunda-feira, 3 de julho de 2017

De R$ 7 bilhões disponíveis para inovação na Finep, 6% foram contratados em 2017

Paulo Fehlauer/Folhapress
ORG XMIT: 111801_1.tif Marcos Cintra, economista da FGV, que propõe uma ªrevascularizaçãoÓ do trânsito de São Paulo desviando tráfego das marginais, posa para foto durante entrevista, em São Paulo, SP. (São Paulo, SP, 27.02.2008. Foto de Paulo Fehlauer/Folhapress)
Marcos Cintra, presidente da financiadora ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia
A Finep, financiadora ligada ao MCTI (ministério de ciência e tecnologia), possui R$ 7 bilhões disponíveis para projetos privados de inovação no Brasil, mas somente R$ 450 milhões foram contratados até maio, diz o presidente Marcos Cintra. "Neste mesmo período do ano passado, tínhamos [emprestado] R$ 1,3 bilhão", afirma Cintra.

Além do quadro econômico negativo, que desestimula a demanda por crédito, o uso da TJLP, hoje em 7,5%, tem um impacto negativo, segundo Cintra.
Somada ao spread da própria Finep, que varia de 1,5% a 5%, e às fianças bancárias, a taxa sobe para até 16%. "O mercado de inovação de longo prazo não comporta uma taxa tão elevada."

Há duas propostas nas mãos do ministro do MCTI, Gilberto Kassab, para tornar o crédito mais atrativo, diz Cintra. A primeira é passar a indexar os empréstimos da financiadora à TR, hoje em 2%. A outra é que o FNDCT (fundo do setor) deixe de ser contábil e se torne financeiro.

"Hoje, a receita não alocada ao orçamento não é capitalizada. Ela fica na Conta Única do Tesouro para fazer superavit primário." Em 2017, a Finep prevê arrecadar R$ 4 bilhões para projetos cujos recursos não serão reembolsados. Desse montante, só R$ 650 milhões, ligados a contratos anteriores, deverão ser liberados, diz ele.

"Nos últimos 15 anos, foram arrecadados quase R$ 70 bilhões e liberados só R$ 20 bilhões. Se os recursos tivessem sido capitalizados, o fundo teria um saldo de mais de R$ 40 bilhões." Outra proposta é tornar a Finep uma instituição financeira, o que lhe permitiria captar no mercado ou no exterior, afirma Cintra.
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Seguro saúde empresarial sobe mais que a inflação

A maioria (81%) das empresas tiveram aumentos de gastos com seguro saúde acima da inflação nos últimos 12 meses, aponta pesquisa da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos).Para 44,5% das companhias, os dispêndios com os planos dos empregados e seus dependentes cresceram mais que o dobro do IPCA.

As empresas precisam começar a orientar os seus funcionários a usar os planos, afirma Luiz Edmundo Rosa, diretor da associação. "A maioria das companhias já adotou o seguro com sistema de coparticipação, em que o funcionário paga uma parte dos atendimentos, mas mesmo isso não tem sido eficaz para reduzir o número de exames", diz ele.

Na década passada, gasto com a saúde passou a educação e se tornou o segundo maior para as empresas, atrás da folha de pagamentos.
O Brasil tem 31,6 milhões de beneficiários de planos de saúde suplementar ligados a empresas (ou seja, funcionários ou dependentes. Esse é o grupo com maior representatividade entre os segurados, segundo a ANS.
Editoria de Arte/Folhapress
A INFLAÇÃO QUE NÃO CAIAumento de custos com seguro saúde nas empresas
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Na sola do pé

O faturamento da indústria brasileira de componentes para calçados, couro e artefatos subiu 9% no acumulado do ano até maio, de acordo com a Assintecal (que representa o setor).

A receita nos cinco primeiros meses de 2017 foi de US$ 2,3 bilhões (R$ 7,6 bilhões), segundo a entidade. A projeção é que o crescimento até o fim deste ano chegue a 12%, diz Ilse Biason, superintendente da Assintecal. "Nosso aumento está baseado em mais exportações, até pela instabilidade do mercado interno, e em produtos de maior valor agregado."

Até maio, o valor das vendas externas chegou a US$ 282,3 milhões (R$ 934 milhões), uma alta de 8,7% em relação a 2016. A entidade prevê um crescimento da demanda dos países asiáticos, sobretudo de China, Tailândia e Hong Kong.

"A Ásia produz 82% dos calçados no mundo. Temos trabalhado não apenas em modos de aumentar o volume vendido para o continente, mas também na interlocução com os importadores."

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