PAULO SANT'ANA (1939-2017)
Mortes: Fez os gaúchos lerem jornal de trás pra frente
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Paulo Sant'Ana (1939-2017) |
Eternos rivais do futebol brasileiro, Grêmio e Internacional começaram a última quinta (20) com mensagens muito parecidas: um lamento pelo jornalista Paulo Sant'Ana.
Com isso, os menos informados poderiam imaginar o homenageado como um torcedor neutro, de palavras macias, já que conquistou os dois clubes, mas estariam errados.
Sant'Ana era sarcástico, perspicaz e extremamente crítico, além de gremista fanático. Mas, acima de tudo, alimentava a rivalidade saudável dos torcedores gaúchos.
Nascido em Porto Alegre, foi feirante e inspetor de polícia antes de entrar para o jornalismo, no início da década de 1970, como comentarista esportivo da Rádio Gaúcha. "Foi o primeiro jornalista a assumir seu clube do coração em um Estado com uma cultura de polarização muito grande. Isso deu destaque", lembra Eduardo Sirotsky Melzer, amigo e presidente do Grupo RBS.
Considerado um jornalista multimídia, também escreveu crônicas no jornal "Zero Hora" e fez comentários no "Jornal do Almoço", da TV RBS. Brincalhão, engraçado, estava em todas as rodinhas de conversa que se formavam na redação. Diante das câmeras, chegou a arriscar no canto, na dança e a usar fantasias.
Na década de 1980, ganhou ainda mais destaque escrevendo sobre assuntos gerais em uma coluna na penúltima página do "ZH". Foi abordando questões como acidentes de trânsito, inflação e preço da gasolina que Sant'Ana fez os gaúchos começaram a ler o jornal de trás pra frente.
Morreu na noite de quarta-feira (19), aos 78 anos, após um ataque cardíaco. Deixa a mulher, Inajara, e três filhos.
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