terça-feira, 9 de dezembro de 2025

09 de Dezembro de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

Toffoli ignora críticas e não dá sinais de recuo

No dia seguinte à divulgação da notícia de que viajou a Lima na companhia de um dos advogados do diretor de compliance do Banco Master, o ministro Dias Toffoli "fez a egípcia". Para quem não é familiarizado com essa gíria, a coluna esclarece. Fingiu indiferença, fez de conta que não era com ele, silenciou diante das críticas. Fez como aquelas figuras da arte egípcia que olham para o lado e não deu nenhum sinal de que vá acatar as sugestões para se declarar impedido de continuar como relator no processo que envolve a instituição financeira.

Não chega a ser surpresa. Porque Toffoli não demonstra qualquer constrangimento quando flagrado em atitude pouco republicana.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, que já deixou claro seu incômodo com as benesses recebidas por ministros, a ponto de propor a elaboração de um código de conduta, deveria tomar a iniciativa de chamar Toffoli para uma conversa. Porque o fato de Toffoli ter decidido avocar para si toda a investigação sobre o Master e impor um dos graus máximos de sigilo depois de ter viajado a Lima na companhia do advogado Augusto Arruda Botelho depõe contra a imagem do STF.

Desde que tomou posse, Fachin trabalha com a ideia do tal código de conduta, que inacreditavelmente o Supremo não tem. Esse código deveria deixar claro que ministros de tribunais superiores não podem receber presentes caros, sejam relógios ou passagens aéreas de classe executiva para congressos patrocinados por empresas privadas. Deveria dizer também que ministros não podem aceitar carona em aviões particulares.

O mesmo código deveria disciplinar as palestras pagas e tratar dos cônjuges dos ministros, para que seus escritórios não sejam contratados pelo simples critério das relações familiares. A esposa de Toffoli já trabalhou para uma das bancas contratadas por Daniel Vorcaro. O escritório Barci e Moraes, da esposa e dos filhos de Alexandre de Moraes, é um dos que prestam serviços ao dono do Banco Master.

Com que isenção os dois poderão julgar o processo envolvendo o banco e seus sócios? _

Começou ontem a campanha publicitária para atrair 10.460 médicos para atender pelo IPE Saúde. As vagas serão oferecidas pelo programa Mais Assistência, em 356 municípios, para 42 especialidades. Inscrições até 9 de janeiro.

Presidente nacional do PT defende aproximação com Juliana Brizola

Em diferentes momentos de sua passagem por Porto Alegre, o presidente nacional do PT, Edinho Silva, defendeu a aproximação com Juliana Brizola e destacou a importância de uma aliança com o PDT. Primeiro, no Gaúcha Atualidade, quando foi questionado se pediria ao PT gaúcho para abrir mão da cabeça de chapa, em favor de Juliana, para garantir o apoio do PDT à candidatura do presidente Lula, Edinho respondeu:

- O PDT é um aliado histórico do PT. Nós estamos dialogando com o PDT no Brasil inteiro. Estamos construindo alianças. E a Juliana Brizola é uma grande liderança.

Edinho também elogiou o pré-candidato do partido, Edegar Pretto:

- Reconhecemos o tamanho do Edegar e reconhecemos a sua liderança. Nós vamos construir, portanto, um palanque muito forte, ninguém tenha dúvida disso.

No primeiro compromisso com os petistas, voltou a elogiar Edegar Pretto e os parceiros de chapa já definidos - Paulo Pimenta e Manuela D?Ávila - e não deu sinais de que possa pedir algum tipo de sacrifício ao PDT gaúcho.

Mais tarde, em entrevista coletiva, voltou a elogiar Juliana e a destacar o diálogo com o PDT:

- Queremos sair dessa construção com a Juliana mais perto de nós e nós mais perto da Juliana.

Já na reunião com líderes dos partidos que apoiam a reeleição de Lula, lembrou que o PDT está comprometido a apoiar o PT em vários Estados. Esse é o ponto no qual se apega o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que ofereceu o apoio do PDT ao PT em 17 Estados e exigiu em troca o Rio Grande do Sul. _

Em relatório paralelo, Rossetto sugere cassar concessão da CEEE

Descontente com o relatório produzido pelo deputado Marcus Vinícius (PP), relator da CPI que investigou as concessionárias de energia, o deputado Miguel Rossetto (PT) apresentou um texto alternativo no encerramento dos trabalhos. No relatório paralelo, Rossetto pede a cassação da concessão da CEEE Equatorial, dizendo que a empresa apresenta "o quadro mais grave entre as concessionárias investigadas".

Segundo Rossetto, as evidências reunidas pela CPI ao longo de quatro meses revelam um padrão sistemático de deficiência estrutural na governança corporativa da CEEE Equatorial, comprometendo a viabilidade da concessão.

O relatório paralelo é uma manifestação política de Rossetto, que não deve ter consequências práticas. A cassação de uma concessão não se dá por critérios políticos, mas por descumprimento das metas pactuadas com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Rossetto diz que votou contra o relatório de Marcus Vinícius por considerá-lo insuficiente:

- O relator optou por apenas expor os problemas denunciados durante os trabalhos da CPI, sem um posicionamento da comissão e encaminhando as denúncias para outros órgãos realizarem novamente a investigação. Isso se revela completamente insuficiente para o trabalho que realizamos. 

Empresa se defende

Na prestação de contas da concessão, a CEEE Equatorial apresenta uma série de dados para sustentar que o serviço melhorou, com investimentos de R$ 3 bilhões desde 2021. De acordo com o documento, a antiga CEEE deixou R$ 7 bilhões em dívidas e, nesses quatro anos, foram substituídos 99,2 mil postes e corrigidos 143,1 mil defeitos na rede. A empresa sustenta ainda que tanto o número médio de vezes quanto o tempo médio em que o cliente ficou sem energia caíram. _

mirante

Pacificada já há alguns anos, a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) elegeu, sem disputa, o juiz Daniel Neves Pereira para presidir a entidade no biênio 2026-27.

Em troca acertada há quase um ano, o deputado federal Maurício Marcon assinou ficha de filiação ao PL ontem, em Porto Alegre, após deixar o Podemos. O partido tem agora sete deputados na bancada gaúcha - e ultrapassou o PT, que tem seis.

POLÍTICA E PODER

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