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Guerra comercial, pero no mucho
A política comercial de Donald Trump usou mesmo sua própria imprevisibilidade para negociar. O que parecia ser o início de uma guerra comercial provocou estragos no mercado ontem. Mas antes do final do dia, foram negociados acordos com México e Canadá. Se isso não tivesse ocorrido, os produtos dos dois países teriam ficado 25% mais caros para... os americanos.
A China teve reação quase irônica: avisou que vai contestar os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) - instituição que ajudou a desmoralizar com políticas de dumping (exportação a preços mais baixos do que os de mercado) - e prepara medidas equivalentes.
Um dos riscos seria a maior dificuldade global de baixar preços, que subiram no mundo todo devido ao desarranjo das cadeias produtivas durante a pandemia. Além de afetar consumidores e empresas americanas que atuam no México e no Canadá, a medida de Trump poderia não ter o efeito esperado. Uma das "justificativas" das ameaças são os altos déficits comerciais dos EUA - importação maior do que exportação.
Conforme Welber Barral, ex-secretário de Comércio no Brasil, o déficit dos EUA é estrutural, ou seja, não pode ser resolvido por tarifas. E a maior saída de dólares com pagamento de importações é compensada por dividendos enviados para o país pelas multinacionais americanas - como a saída registrada no ano passado no Brasil - e por entradas de capital de investimentos estrangeiros.
No ano passado, o Brasil comprou cerca de US$ 40,5 bilhões dos EUA e vendeu ao redor de US$ 40 bilhões. Ou seja, o país de Trump tem leve superávit, de US$ 500 milhões. Não há justificativa, nem entre aspas, para aplicar tarifas sobre produtos brasileiros, em tese. Mas é bom lembrar que o presidente dos EUA vem ameaçando todos os países do Brics, do qual o Brasil faz parte.
Também em tese, o Brasil poderia até se beneficiar de uma eventual guerra comercial, exportando para os países barrados pelas tarifas americanas - caso um dia as ameaças sejam cumpridas. Para isso, claro, seria preciso contar com uma racionalidade de Trump que não se pode garantir. Para que a ameaça continue sendo levada a sério, em algum momento e para algum país as tarifas terão de ser aplicadas. Se nunca aplicar, Trump perde a vantagem do blefe. _
Claudia Sheinbaum, presidente do México, usou estratégia e tom certos na delicada negociação com Trump, que usa exatamente a imprevisibilidade como arma. Conseguiu adiar as tarifas por um mês e talvez para sempre. Vale copiar.
R$ 5,815
foi o fechamento do dólar ontem, resultado de variação para baixo de 0,38%. Foi a 11ª seguida. A cotação abriu em alta com a expectativa de aplicação de tarifas, chegou a ser negociada no patamar de R$ 5,90, mas não sustentou. Com o recuo na aplicação de tarifas, voltou a dominar a percepção de que Donald Trump usa as ameaças como fator de negociação, portanto pode não ter o impacto previsto inicialmente.
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Primeiras casas definitivas serão entregues em março
Sim, atrasaram. Mas agora estão quase prontas. As primeiras 50 das 500 casas de R$ 110 mil e 44 metros quadrados doadas a desabrigados pela enchente serão entregues até o final de março em Muçum, um dos municípios mais afetados pelo dilúvio de maio de 2024.
Como é possível ver pelas fotos, a construção está adiantada, mas a presidente do Movimento União BR, Tatiana Monteiro de Barros, diz que será preciso esperar mais um pouquinho para que sejam mobiliadas e até com enxoval:
- Buscamos mais 30 empresas doadoras, para que cada casa seja entregue completa, mobiliada e até com lençóis.
Por que diesel sobe se Brasil é autossuficiente
O aumento do diesel decidido pela Petrobras na semana passada, depois de semanas de especulação, voltou a chamar atenção para a dependência do Brasil do preço internacional. A atual posição do Brasil de quinto maior produtor de petróleo do mundo reforça a pergunta que sempre surge nesses momentos: se a produção nacional atende a quase todo o consumo, por que é preciso seguir a cotação internacional?
O motivo imediato é a dependência de diesel em volume. No ano passado, até houve ligeiro recuo das importações (-1,1%), porque uma regra tributária havia antecipado compras no ano anterior. Mas sempre que a atividade econômica aumenta - o crescimento do PIB em 2024 é estimado por volta de 3,5% -, o consumo de diesel também sobe. E a dependência do diesel importado segue em torno de um terço do consumo.
E por que não se produz mais diesel? Ao ser refinado, o petróleo rende gasolina e diesel, com valor alto, mas sobram frações mais pesadas, como coque, com baixo valor e baixa aplicação. Obter a quantidade de diesel que falta exigiria investimento bilionário, com retorno abaixo do necessário para viabilizá-lo.
Mas há outro motivo: toda a indústria petrolífera é ancorada no preço global da matéria- prima. Isso significa que preços de equipamentos, máquinas e até serviços são atrelados ao valor internacional do barril. Se a cotação sobe, os preços acompanham, e vice-versa. Então, especialmente na fase de alta, se a Petrobras não acompanhar a variação, vai gastar mais do que recebe. Como o Brasil já viu esse filme sem final feliz, administrar uma alta tem custo político menor do que seria o de minar a estabilidade da maior empresa do país, estatal ou não. _
Musk perde com guerra comercial
As ações da Tesla, de Elon Musk, caíram cerca de 5% ontem, com o anúncio de Trump - não confirmado - de tarifas contra Canadá e México. Foi uma perda de US$ 60 bilhões em valor de mercado. Ocorre que os carros do integrante do governo dos EUA são montados no país com boa parte de peças mexicanas e canadenses.
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