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sábado, 8 de maio de 2010
08 de maio de 2010 | N° 16329
CLÁUDIA LAITANO
Filme para a família
O cinema americano transformou o “filme para a família” em um dos gêneros mais lucrativos da indústria cinematográfica. Pense em ET, na série De Volta para o Futuro ou em títulos mais recentes, como Shrek e Alice no País das Maravilhas, e você entende imediatamente do que estamos falando.
Trata-se daquela espécie de atração que oferece vários níveis de apelo para a audiência – personagens engraçados e tramas descomplicadas, para assegurar a atenção da garotada, e referências mais ou menos sofisticadas ao imaginário adulto, para evitar que papais e mamães peguem no sono durante a sessão.
Além de divertir e emocionar públicos de diferentes idades, é obrigatório que o filme para a família ofereça alguma mensagem edificante e não toque em assuntos considerados “inapropriados” para menores, como sexo, drogas e violência.
O filme As Melhores Coisas do Mundo, de Laís Bodanzky, tem cenas de sexo (implícito) e drogas (explícitas) e não é recomendado para menores de 14 anos. Mesmo assim, é o melhor “filme para a família” feito no Brasil (até onde eu me lembro), se inventarmos que o gênero, além de divertir os filhos e manter acordados os pais, pode servir também para que ambos saiam do cinema trocando ideias sobre o que viram na tela.
Nesse sentido, As Melhores Coisas do Mundo é insuperável, pela habilidade com que a diretora e o roteirista conseguiram colocar em cena, sem prejuízo da dramaturgia ou da qualidade estética da obra (ou seja, o filme não é chato nem raso), uma espécie de catálogo das angústias do adolescente brasileiro de classe média destes anos 2010.
O tema central é o bullying, a praga das pequenas vilanias cotidianas praticadas na escola e nem sempre combatidas com a dureza necessária por pais e professores. Mas também estão lá, mais ou menos aprofundados, temas como sexting (a troca de fotos pornográficas via celular), banalização do sexo e do “ficar”, invasão da privacidade em blogs e redes sociais, consumismo, depressão na adolescência e o velho embate entre o individualismo e a construção de alguma espécie de ética coletiva.
O filme tem o mérito extra de reservar à figura do professor um papel relevante, quase como uma “ação de desagravo”, já que nunca deve ter sido tão difícil comandar uma sala de aula como nos dias de hoje – quando pais tratam os profissionais da educação como empregados e escolas parecem ter mais medo de perder clientes do que de abrir mão de um projeto pedagógico.
As Melhores Coisas do Mundo pode assustar alguns pais, é verdade. Não é fácil saber de algumas coisas, e muito menos falar sobre elas com os filhos. Mas o filme é indispensável para quem tem adolescentes ou pré-adolescentes em casa e gostaria de ajudá-los a entender que seus fardos ficam um pouco menos pesados quando eles começam a aprender que o resto do mundo não é apenas a enorme vizinhança do seu exigente umbigo.
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