11 DE OUTUBRO DE 2019
CAROLINA BAHIA
Eduardo será embaixador?
A notícia de que os Estados Unidos não priorizará o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) também tem efeitos políticos em Brasília. A decisão do governo Trump fragiliza ainda mais a enrolada indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil, em Washington. Há três meses, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a preferência por entregar a função ao filho 02, mas, até agora, o nome não foi enviado ao Senado porque não há garantia de aprovação.
Uma derrota de Eduardo seria um fracasso da articulação do Planalto. Inexperiente na diplomacia, ele investe no corpo a corpo para tentar derrubar desconfianças dos parlamentares e estuda para enfrentar a eventual sabatina. Mas a sinalização negativa do governo norte-americano para o Brasil na OCDE entrega de bandeja aos senadores mais resistentes argumento para questionar o alinhamento com os EUA.
A justificativa de que a família Bolsonaro é "amiga de Trump" não terá o mesmo peso. Se essa negociação já estava custando caro a Bolsonaro, agora, o preço vai aumentar. A indicação de Eduardo ainda não morreu, mas toda essa pressão é prova de que o presidente errou ao apostar na prática do "de pai para filho".
Quem sabe, sabe
Quem acompanhou a visita da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na Expointer, testemunhou que ela fez o possível para que o Brasil não elevasse a cota de exportação de etanol sem tarifas, o que beneficiaria os Estados Unidos. Por várias vezes, ela se ausentou de reuniões para acompanhar as tratativas por telefone. Mas foi em vão e sem garantias de compensações. O ex-ministro da Agricultura Pratini de Moraes já ensinava que negociações internacionais precisam sempre de contrapartidas.
CAROLINA BAHIA
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