quinta-feira, 5 de setembro de 2019



L. F. VERISSIMO

Morte de corais em Abrolhos

Um dos principais berços de biodiversidade marinha do Atlântico Sul, a região de Abrolhos, entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo, enfrenta um cenário de morte em massa da espécie Millepora, conhecida como coral-de-fogo.

Os dados foram colhidos entre 16 de junho e 5 de julho em oito localidades dos municípios de Prado e Santa Cruz Cabrália, no extremo sul da Bahia, por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Aquário Marinho do Rio (AquaRio). O levantamento apontou para a morte de 90% dos corais-de-fogo da região, incluindo colônias de mais de 80 anos. O fenômeno aconteceu de forma rápida e coloca em risco até um quarto da biodiversidade de corais na região.

Segundo os pesquisadores, a morte dos corais é resultado de uma anomalia climática nas águas da região, resul- tado do aquecimento do planeta que se reflete na temperatura da água dos oceanos. Desde 1998, já aconteceram seis episódios de aumento da temperatura média da água na costa brasileira, com impactos nos corais do litoral. 

Entre 2018 e 2019, contudo, o período de aquecimento da água foi mais longo, chegando a três meses e acarretando uma alta mortalidade dos corais-de-fogo.
Mortos ou moribundos, os corais deixam de servir de berçário e de fornecer alimento para diversas espécies marinhas que vivem na região - os pesquisadores estimam que cerca de 25% da fauna marinha local dependa diretamente dos corais marinhos.

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