quarta-feira, 4 de setembro de 2019


04 DE SETEMBRO DE 2019
+ ECONOMIA

Cadê a China?

Até 2018, o peso dos chineses em negócios no Brasil crescia sem parar. Em 2018, houve queda de 84,2%, conforme a Câmara de Comércio Exterior (Camex) com base em dados da Associação Brasileira da Indústria de Base (Abdib) sobre infraestrutura - energia elétrica, transporte, telecomunicações e saneamento básico -, especialidade da gigante. Para Claudio Frischtak, especialista em China e em infraestrutura, a queda resulta de três fatores:

- Primeiro, as expectativas adversas em 2018, e o ruído político com viés antichinês no Brasil. Segundo, o fim de um ciclo de projetos em que os chineses foram importantes, e o adiamento da retomada por conta da incerteza eleitoral de 2018. Terceiro, a percepção adversa dos chineses não mudou no primeiro semestre. 

E claro, houve deterioração no âmbito geopolítico que não estimula o investimento da China.Tulio Cariello, coordenador de análise e pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-China, confirma a redução dos aportes no Brasil, embora menos acentuada, de 66% em seu levantamento. Atribui ao fato de 2018 ter sido mais incerto do que um simples ano eleitoral: houve temor de rompimento com as políticas adotadas até então.

- Ninguém iria investir em 2018 para em 2019 mudar toda a arquitetura regulatória. Hoje o ambiente é mais favorável do que na época da campanha.

Decepção industrial



A expectativa para o resultado da pesquisa de produção industrial anunciado ontem pelo IBGE era de que mostrasse sinais de melhora na entrada da segunda metade do ano. O recuo de 0,3% ante junho, descontados os efeitos sazonais, é o terceiro resultado negativo seguido do indicador. Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), foi um "resultado frustante" com um aspecto positivo: a parcela de ramos industriais em retração vem caindo. Em maio, eram 19 dos 26 segmentos em queda, 73% do total. A proporção caiu para 16 em junho e 11 em julho. Equivale a 42% da indústria no vermelho, o que não é pouco, mas já representa algum avanço, avalia o Iedi.


6,6%
foi o crescimento da produção industrial de bens de capital, usados na geração de outros bens em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Quando esse número avança, dá sinais de retomada.

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