23 DE NOVEMBRO DE 2018
+ ECONOMIA
BANRISUL TENSIONA TRANSIÇÃO NO RS
Apesar do recado do governador José Ivo Sartori, de que é ele que manda até 31 de dezembro, o governador eleito Eduardo Leite insiste na revisão da medida que retira R$ 353,3 milhões em recursos do Banrisul. Ontem, aproveitou uma pergunta sobre o déficit para voltar ao tema:
- O governo não respondeu, simplesmente ignorou a manifestação que fizemos formalmente pedindo que fosse prorrogada essa operação para o próximo ano. Fica o apelo público ao governo para que reveja o encerramento dessa operação em benefício da sociedade gaúcha, porque não podemos queimar patrimônio para pagar despesas correntes e perder a oportunidade de utilizar esses recursos de forma melhor no futuro.
O banco estadual cancelou a venda de ações da Banrisul Cartões e confirmou a redução de capital, que equivale à retirada de R$ 353,5 milhões da instituição. Cerca de metade (R$ 176 milhões) vai para o Piratini, que tem 49,89% do capital total. A outra metade será paga a acionistas privados. No Twitter, o governador José Ivo Sartori reiterou que seguirá tomando "todas as atitudes que são de responsabilidade de um governador até o último dia do mandato".
Entenda a controvérsia
1. Governo do Estado e Banrisul desenharam a venda de ações da área relacionada ao Banricompras. Essa parte seria separada e teria cerca de metade das ações colocadas no mercado. O Piratini arrecadaria ao menos R$ 1 bilhão, para amenizar a crise fiscal.
2. Estava prevista uma redução de capital (encolhimento) do Banrisul. Era uma forma de permitir que o governo ficasse com a sua parte do dinheiro sem pagar tanto imposto. Em assembleia-geral extraordinária, foi fixado o valor de R$ 353,3 milhões. Caso houvesse a venda, a expectativa era captar ao menos R$ 2 bilhões.
3. A operação deveria ter ocorrido até agosto, mas, como a bolsa de valores atravessou fase ruim, as ações perderam valor. Vender nesse momento seria mau negócio. As gestões do banco e do Estado poderiam até ser acusadas de má gestão, por negociar abaixo do valor patrimonial.
4. A operação foi adiada e depois, cancelada, mas a redução de capital foi mantida. O governo do Estado, que precisa de dinheiro, argumenta que não haveria tempo hábil para convocar outra assembleia-geral extraordinária para prorrogar a medida.
NADA MUDOU NA SITUAÇÃO FISCAL DO BRASIL, MAS ONTEM CAIU A FICHA. INQUIETO COM SUCESSIVOS ADIAMENTOS DA VOTAÇÃO DA PERMISSÃO PARA LEILÕES DE ÁREAS DE PRÉ-SAL QUE HOJE SÃO DA PETROBRAS (CESSÃO ONEROSA), O MERCADO FINANCEIRO LEVOU O DÓLAR DE VOLTA A R$ 3,80. AINDA ESTÁ LONGE DO PICO DOS R$ 4,19, MAS COMEÇA A CHEGAR PERTO.
MARTA SFREDO
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