19 DE NOVEMBRO DE 2018
ARTIGO
SAÚDE: DESAFIO DOS NOVOS GOVERNOS
Se não foi o tema central das campanhas eleitorais, a saúde continua sendo a maior preocupação para os brasileiros. Recente pesquisa constatou que 40% dos eleitores consideram que a saúde deveria ser prioridade do novo presidente, superando educação (20%) e violência (15%).
Esperamos que, tanto no âmbito federal quanto no estadual, a saúde, a partir de janeiro, ocupe espaço maior do que o verificado durante o processo eleitoral, marcado de um modo geral mais por ataques, fake news e acirrados embates nas redes sociais do que por propostas objetivas.
Desde já, sabe-se que irão faltar recursos, porque o orçamento da saúde nunca é suficiente para atender satisfatoriamente às demandas, que não são poucas neste país-continente e seus 209 milhões de habitantes. O orçamento federal para o próximo ano é de R$ 129,8 bilhões, número que impressiona, mas que pode esfarelar-se rapidamente se a verba não for administrada com eficiência, parcimônia e, acima de tudo, com seriedade e transparência.
Caberá, então, aos gestores fazer o melhor uso do dinheiro que será liberado pela União, somando-se aos recursos que deverão ser investidos por Estados e municípios dentro dos limites mínimos estabelecidos pela legislação. É fundamental que o investimento produza resultados na linha de frente, onde as condições de trabalho muitas vezes são precárias.
Hoje, com o subfinanciamento e em alguns casos má gestão de recursos, os médicos se desdobram para compensar a falta de insumos, equipamentos e estrutura, além da redução gradativa de profissionais, sobrecarregando os que continuam no atendimento em hospitais e serviços de urgência e emergência.
Temos esperança que o novo ministro da Saúde seja um médico competente e com experiência na extrema dificuldade que é atuar na ponta do sistema. Estamos convencidos de que o novo governo fará uma avaliação rígida dos cursos de Medicina, além de exigir a revalidação dos diplomas obtidos no Exterior. Por fim, cabe ao novo presidente avançar no projeto de implantação de um plano de carreira para os médicos na rede pública, inclusive no embalo das mudanças que serão feitas no Mais Médicos com a saída dos intercambistas cubanos.
Presidente do Cremers eduardontrindade@yahoo.com.br - EDUARDO NEUBARTH TRINDADE
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