30 DE DEZEMBRO DE 2017
RBS BRASÍLIA
2018 SERÁ MESMO O ANO DA VIRADA?
Depois de três anos mergulhado em uma profunda crise política e econômica, o Brasil entra em 2018 depositando todas as esperanças nas urnas. Infelizmente, é expectativa de mais para cardápio de menos. Apesar das revelações que atingiram os principais partidos e lideranças do país, desde o final dos anos 80 não chegamos às vésperas de um período eleitoral com tantas incertezas. O novo não apareceu. E, a essas alturas, é até melhor mesmo que não seja inventado um salvador da pátria.
É certo que, com o financiamento público, teremos uma eleição mais barata. Mas o índice de renovação na Câmara e no Senado - em cerca de 40% nas últimas eleições - dificilmente alcançará níveis revolucionários. Quem tem mandato se beneficiará da estrutura dos gabinetes. Os partidos também devem priorizar, na partilha do fundo eleitoral, aqueles que já são deputados ou senadores. O novo presidente da República, portanto, deverá encontrar um parlamento semelhante ao que já existe, inclusive com os mesmos vícios. O consolo é que as estruturas de fiscalização estão mais afiadas.
Depois da polarização política, de um impeachment, de um governo de transição e de escândalos de corrupção que atingiram os principais partidos, como será a escolha para presidente? Essa é a grande questão de 2018, que já começa com força total a partir do julgamento do ex-presidente Lula. Líder nas pesquisas, ele será uma figura estratégica da eleição - independentemente de sua situação jurídica. Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) sonham em deslanchar, caso o petista se inviabilize.
Do outro lado, o desafio do tucano Geraldo Alckmin é se viabilizar como candidato dos partidos de centro, enquanto o presidente Michel Temer busca alguém para defender o seu legado e Jair Bolsonaro (PSC) ainda surfa na onda dos efeitos da polarização. O tom dos debates será determinado pelo tamanho da reação da economia. Depois de tantos desvarios, se conseguirmos retomar um mínimo de estabilidade, já estaremos no lucro.
MICO DO ANO - O presidente Michel Temer poderia ter encerrado o ano sem o mico do indulto de Natal. Foi obrigado a desistir de um novo decreto para não aumentar o desgaste.
CAROLINA BAHIA
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