Notícia da edição impressa de 08/12/2017.
Alterada em 07/12 às 19h51min
O coração e a vida
Detalhe da capa do livro REPRODUÇÃO/JC Eleanor Oliphant está muito bem (Fábrica 231-Rocco, 352 páginas, tradução de Edmundo Barreiros, R$ 49,90) romance, livro de estreia da escocesa Gail Honeyman, foi finalista do Lucy Cavendish Fiction Prize como obra em desenvolvimento e recebeu o prêmio Scottisch Book Trust's Next Chapter Award em 2014. Gail também foi selecionada no programa Opening Lines da BBC Radio 4 e foi finalista do Bridport Prize.
A consagrada escritora Jojo Moyes escreveu sobre o livro: "Eleanor Oliphant está muito bem é uma criação literária verdadeiramente original: engraçada, tocante e imprevisível. Sua jornada é habilmente tecida e absolutamente emocionante". Os leitores brasileiros verão que os prêmios e elogios são bem merecidos. Eleanor Oliphant é uma criatura metódica e solitária, cuja total falta de habilidades sociais e a ausência de filtro ao dizer o que pensa acabam por afastá-la de uma convivência normal em sociedade. Ela é dessas pessoas que mais sobrevivem do que vivem.
Sua aparência peculiar a transforma em alvo de piadas na área administrativa da empresa de design gráfico em que trabalha há mais de 10 anos. Aos 30 anos, parece satisfeita com a vida regrada que leva, com a planta de estimação de seu apartamento, as palavras cruzadas, as incontáveis pizzas congeladas, a vodca e as breves conversas com a mãe, que está na prisão.
Eleanor viveu de lar adotivo em lar adotivo até concluir a faculdade, e nunca soube o que é ter o amor e a companhia de outras pessoas e, assim, até conhecer Raymond, o novo funcionário de TI da empresa onde trabalha. Ele e ela salvam a vida de Sammy, um senhor que desmaiou no meio da rua. A amizade entre os três seres isolados vai tirando-os da vida de isolamento que levavam.
Com seu grande coração, Raymond ajudará Eleanor a revisitar grandes traumas vividos no passado e encontrar o caminho para curar suas dores. A narrativa está plena de questões vitais, como relacionamento, perdas, solidão, depressão e autoconhecimento e não depende de grandes reviravoltas absurdas ou pirotecnias verbais para atrair a atenção do leitor. Contando a saga da mulher que enfrentou, aos 30 anos, os cantos mais obscuros de seu passado, buscando viver com felicidade e amor, o romance de Gail é uma estreia madura e certamente o início de uma carreira literária brilhante.
lançamentos
Assassinato no Expresso Oriente (L&PM Editores, 248 páginas, tradução de Petrucia Finkler) traz o clássico romance policial de Agatha Christie que inspirou o filme de Kenneth Branagh, no qual ele interpretou o lendário detetive Hercule Poirot.
O crime ocorre no vagão fechado, isolado e sem acesso - a suspeita recai sobre todos os presentes. Johnny Depp, Michelle Pfeifer e Penélope Cruz estão no filme, no trem onde Poirot tem o maior desafio de sua vida. O absoluto e o pós-homem - Como vir-a-ser Deus-que-ultrapassa a si-mesmo (Padrinho - Agência de Comunicação, 196 páginas), do porto-alegrense Sérgio Canarim, bacharel em Filosofia e Direito e pós-graduado em Gestão Empresarial, reflete sobre o sentido da vida. Seria igualar-se ao absoluto? E o que é o absoluto enquanto máxima totalidade radical?
Essas e outras questões estão na obra, que abre portas para além da razão e encontra rumos para o que estava proibido de ser dito. Transformação (O Sonho da Traça, 72 páginas), do escritor, empresário e palestrante Jorge Luis Martins, narra a história de Zequinha, menino pobre da periferia de uma grande cidade, exposto a todos os perigos.
Os livros e a leitura vão salvá-lo. Na apresentação, o jornalista e escritor Tailor Diniz escreveu: "Pela leitura Zequinha supera as tentações do dinheiro fácil, dos apelos consumistas que ceifam vidas, ao longo do tempo, em ambientes desamparados como aquele onde vive."
Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/12/colunas/livros/599967-o-coracao-e-a-vida.html)
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