22 DE DEZEMBRO DE 2017
OPINIÃO DA RBS
POR UM FUTURO MENOS SOMBRIO
Não há saídas mágicas, e a Assembleia precisa entender que o acordo é infinitamente melhor para o Estado do que não ter o acordo. Com acerto, há esperança de o setor público começar a voltar aos trilhos
Depende agora da Assembleia Legislativa a decisão que vai definir qual a situação do Estado a ser encontrada pelos próximos governadores se diante de uma perspectiva de equilíbrio nas contas públicas, ou às voltas com a ingovernabilidade. Superadas as restrições em âmbito federal, numa vitória que abre caminho para o avanço do acordo de recuperação fiscal com a União, a decisão agora está com os parlamentares, tanto os da situação quanto os da oposição.
Apoiar o projeto, uma precondição para a continuidade das negociações, vai beneficiar os próximos governos. É isso que aqueles que sempre raciocinam pela perversa lógica eleitoral devem ter em mente antes de impedir que o Estado volte a sonhar com um futuro menos sombrio.
As hesitações registradas neste que é um dos momentos mais decisivos para o Rio Grande do Sul refletem as divisões que tragaram o Estado para esta condição deplorável, na qual já não consegue cumprir com atribuições mínimas perante os cidadãos. Não há saídas mágicas, e a Assembleia precisa entender que o acordo é infinitamente melhor para o Estado do que não ter o acordo. Com acerto, há esperança de o setor público começar a voltar aos trilhos, com muitos outros sacrifícios ainda por vir. Sem acordo, já se sabe qual o quadro a ser enfrentado: salários atrasados, parcelamento de 13º, investimentos pífios, desmotivação do funcionalismo e do empresariado. É este o Estado que queremos? Certamente, não.
O momento é de os líderes políticos gaúchos, independentemente de partido, apostarem no diálogo com o objetivo de assegurar os votos necessários para a aprovação da matéria, permitindo um mínimo de fôlego financeiro ao setor público gaúcho. Se conseguir atender às contrapartidas exigidas pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), o poder público se habilitará a um alívio temporário nos desembolsos do serviço da dívida. Além disso, ficará apto a pleitear novas linhas de financiamento. Pode não ser a melhor das soluções, mas é a que se apresenta mais factível no momento.
É importante, por isso, que os eleitores acompanhem com atenção quais deputados estão realmente empenhados em assegurar alguma perspectiva financeira para o setor público ou mais preocupados com as pressões de categorias influentes de servidores. Se os parlamentares não se mostrarem capazes de avalizar esse movimento pretendido pelo governo gaúcho, é preciso que apontem alternativas viáveis. O que o Estado não pode é conti- nuar adiando seu próprio futuro.
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